Sporting-Arsenal, 1-5 Estreia europeia, partes distintas e ilusão do Man. City: tudo o que disse João Pereira

NACIONAL26.11.202423:16

Treinador do Sporting lamentou a pesada derrota sofrida na receção ao Arsenal e principalmente a exibição na primeira parte, destacando a reação da equipa no início da segunda, quebrada pelo penálti cometido por Diomande

O Sporting sofreu a primeira derrota da temporada, em Alvalade, na receção ao Arsenal (1-5) a contar para a quinta jornada da Liga dos Campeões, sendo que João Pereira considera que foram duas partes completamente diferentes: a primeira mais negativa e a segunda bastante positiva... até ao quarto golo dos ingleses, na grande penalidade cometida por Diomande.

Estreia negativa e o apoio dos adeptos: «Retiro de positivo os primeiros 20 minutos da segunda parte, até ao penálti, acho que foi uma grande reação dos jogadores, uma grande reação da equipa após ter sofrido o terceiro golo antes do intervalo, o que nos acusou um pouco. Mas depois grande reação, ajustámos ao intervalo pequenas coisas que tínhamos de ajustar, principalmente na nossa pressão, reagíamos bem, fizemos o 3-1, podíamos ter feito o 3-2 até ao momento do penálti e depois quando sofremos o quarto tornou-se tudo mais difícil. Os adeptos foram fantásticos, estiveram connosco desde o primeiro até ao último minuto, cabe-nos a nós dar uma resposta para os compensar depois deste resultado.»

Impacto desta derrota pesada: «Acho que nem a mim nem aos jogadores vai ter um impacto… são três pontos, é verdade que é um resultado avultado, ainda por cima a jogar em casa perante os nossos adeptos, mas o impacto tem de ser para nós reagirmos, porque temos jogo já no sábado. De facto, foi um mau início de jogo para nós e muito condicionado também pelo primeiro golo que sofremos muito cedo. Depois, aquilo que tínhamos preparado não estava a resultar, como digo, vamos ter de sair daqui com os 25, 30 minutos da segunda parte em que fomos claramente superiores, infelizmente na primeira parte não foi isso que aconteceu e por isso perdemos.»

Ilusão da goleada dada ao Manchester City: «Eu não sinto que os jogadores não tivessem os pés bem assentes na terra. Sabemos que foi um grande resultado contra o Manchester City, mas sabemos também que todos os jogos são diferentes. A verdade é que hoje não entrámos bem, o Arsenal foi superior na primeira parte, na segunda não tanta, acho que nos conseguimos superiorizar ao Arsenal, mas não chegou. Portanto agora não vamos ter tempo para fazer o luto. É levantar a cabeça, é trabalhar, é preparar o jogo do Santa Clara para conseguirmos regressar às vitórias.»

Falta de reação e nenhuma substituição ao intervalo: «Não [senti a falta de jogadores no banco], a verdade é que os jogadores entraram na segunda parte determinados e que podiam dar a volta. Fizeram uma boa reentrada no jogo e foi um momento em que estávamos bem. Fizemos o 3-1, podíamos ter feito o 3-2, não havia motivos para mexer na equipa, na minha opinião, tínhamos várias soluções no banco e toda a gente sabe que pode ser opção. Em relação à posse de bola, até conseguimos ter a bola durante algum tempo, se calhar não conseguimos criar situações de perigo na primeira parte como criámos na segunda, o problema foi mesmo sofrer o golo cedo e não conseguir reagir da melhor forma. O Arsenal conseguiu ter muita bola, nós não conseguimos ser agressivos, por isso o intervalo fez-nos bem, deu para alterar, deu para nos ajustar, acho que sabe a pouco, parece que estou sempre a falar do mesmo na segunda parte, mas é a única coisa que podemos levar daqui, porque toda a gente está triste e dececionada com o resultado.»

Responsabilidade: «Erro de casting não me lembro de ter dito, sinceramente, disse que estou aqui para assumir a responsabilidade da derrota, sou eu que preparei a tática, fui eu que coloquei os jogadores a jogar e tenho de assumir esta derrota pesada. O mais importante é os adeptos acreditarem que é possível, os adeptos estarem com os jogadores, sabem que os jogadores são bons, que já responderam muitas vezes em momentos de adversidade e sentimos que eles estão connosco também é muito importante.»

Marcações individuais: «A verdade é que se formos analisar, era um espaço em que deixámos mais um homem, o Morita estava muito em cima do Odegaard, Maxi a controlar o Saka e ainda tínhamos a vantagem de ter o Inácio. O Diomande com o Havertz, depois tivemos cuidado, porque sabíamos que eles eram muito fortes por aí. O primeiro golo surge de um cruzamento em que não conseguimos tirar a bola do segundo poste, acontece, depois o segundo golo é uma bola colocada nas costas, que nós tínhamos alertado nos treinos. Mas é assim, sabíamos que eram muito fortes, tentámos controlar, não conseguimos, ajustámos e na segunda parte foi melhor.»

Exibição de Franco Israel: «O Franco é um grande guarda-redes, esteve bem. Sofremos cinco golos, mas a culpa é do coletivo, quando perdemos, perdemos todos, quando ganhamos, ganhamos todos. De certeza que quando se diz que é dos defesas, na minha opinião, quando não temos a bola todos são defesas, quando temos a bola todos são avançados e é assim que temos de pensar, todos juntos, em equipa, todos a pensar no mesmo.»

Promessas até ao final da temporada: «O que eu posso prometer é trabalho máximo e diário para continuar a fazer do Sporting um clube vencedor e para tentarmos ganhar mais vezes e se possível jogando um bom futebol, como toda a gente estava habituado. Hoje não foi esse dia, não entrámos bem e por isso digo que temos de trabalhar nestes três dias que temos para preparar para o Santa Clara, para darmos uma resposta diferente do que fizemos hoje.»

A mensagem que tentou passar durante o intervalo: «Tentei passar um pouco de tranquilidade, porque… é normal estar a perder por 3-0, sofrendo um golo no final da primeira parte, pesou. Pedi tranquilidade, estamos aqui, vamos conseguir dar uma resposta positiva na segunda parte, os jogadores motivaram-se, os jogadores acreditaram na mensagem que passou, nos ajustes que fizemos. A verdade é que parecia uma outra equipa nesses 20 minutos, 25 minutos, depois é aquilo que eu digo, o penálti, o quarto golo, já complicou tudo.