26 novembro 2024, 19:13
«Lage não melhorou só o meu jogo, equipa está mais ofensiva e confiante»
Florentino sublinha as mudanças que o novo treinador implementou
Jorge Domingues, presidente do rancho folclórico dos portugueses de Beausoleil, em França, mas paredes meias com Monte Carlo, conta como o jogo do Benfica está a animar a comunidade portuguesa. «É uma prenda»
MONTE CARLO — Quando alguém se põe a pensar no Mónaco talvez imagine príncipes e princesas, glamour e beleza, carros potentes e iates na marina, joias cintilantes e vestidos de alta costura, alta cozinha e montras sedutoras. Talvez poucos pensem em ranchos folclóricos. E, no entanto, também os há por cá. Um no Mónaco, outro em Beausoleil, pequena localidade coladinha ao Mónaco, uma espécie de bairro de grande cidade, de tal forma que nem se percebe a diferença, que já se está em França.
E, sim, por cá há portugueses que vão conservando e alimentando as tradições que ajudam a matar as saudades e a alimentar a ligação ao país que deixaram em busca de uma vida melhor.
Beausoleil terá uns seis quilómetros quadrados e terá mais de nove mil portugueses. «Muitos, uns 95 por cento, como eu, trabalham nas obras», conta Jorge Domingues, há 34 anos em França. «Nasci e com um mês vim para cá», atira. É o presidente do rancho folclórico de Beausoleil há ano e meio. «Aqui, 75 por cento das pessoas são portuguesas e 70 por cento são do concelho de Guimarães», revela Jorge Domingues, em conversa telefónica com A BOLA.
O rancho folclórico vai fazer 32 anos — «É um ponto de encontro, de convívio, para podermos manter e mostrar a nossa tradição» — e, no entanto, não tem sede. «Só uma sala de ensaios», dispara quem tem a responsabilidade de organizar três festas anuais: uma pelo São Martinho, outra pelo Pentecostes e, finalmente, mais uma pelo São João. Ranchos vêm de França e de outros países. Porque também o rancho de Beausoleil vai atuar noutras cidades pelo menos três/quatro vezes por ano, uma das quais para fora do país. Todos os sábados há ensaios.
Para lá das atividades ligadas à dança, também se organiza um torneio de futebol, «há por cá muita rapaziada nova», alguns até conciliam os remates à baliza com a dança. «Aqui é como em todas as partes de Portugal, mas talvez haja mais adeptos do Vitória, por muita gente ser de lá ou das Caldas das Taipas. Depois é Benfica, FC Porto e Sporting. Mais Benfica e FC Porto e menos Sporting», conta o presidente do rancho folclórico.
Jorge Domingues é adepto do Benfica. «Mas não odeio o FC Porto», esclarece logo de seguida. Não é pessoa de «entrar em polémicas», mas também não esconde que até tem andado satisfeito com o Benfica, que até acabou de vencer o FC Porto por 4-1.
«Muitos dos portugueses que trabalham aqui nas obras no Mónaco vão ao jogo na quarta-feira», afinal «é muito raro» uma visita dos encarnados a estas paragens. «Haverá mais adeptos do Benfica que do Mónaco. Para a comunidade portuguesa a visita do Benfica é uma prenda», justifica.
As águias só uma vez visitaram o principado, aconteceu em 2014, e Jorge Domingues foi ao Estádio Louis II. «Fiquei desiludido», puxa a fita do tempo atrás, referindo-se a um empate a zero, na fase de grupos da Liga dos Campeões. O Mónaco era treinado por Leonardo Jardim, lá jogavam Bernardo Silva, no primeiro ano depois de deixar o Benfica, João Moutinho e Ricardo Carvalho. «Ainda me cheguei a cruzar no Mónaco com o Bernardo. Mas só o vi de passagem», partilha.
26 novembro 2024, 19:13
Florentino sublinha as mudanças que o novo treinador implementou
Para o jogo de hoje, «não há hipótese, para o Benfica tem de ser para ganhar». Não estará lá desta vez, já só havia bilhetes para as bancadas reservadas aos adeptos do Mónaco, para as quais não se poderá levar camisolas do Benfica. Jorge Domingues já ficava contente de voltar a ver os jogadores. E, se pudesse, até pedia uma camisola a Di María. «É o mais famoso e o melhor», argumenta.
E do campeão do mundo argentino esperarão os benfiquistas que continue a dar música e dançar. Até pode ser tango. Do rancho folclórico por cá tratam Jorge Domingues e os portugueses que por cá andam. As voltas do vira são eles que as dão.