Eficácia e intranquilidade
Kokçu no jogo com o Estoril (Miguel Nunes/ASF)

O MISTER de A BOLA Eficácia e intranquilidade

NACIONAL11.03.202408:44

João Prates analisa o Benfica-Estoril

O contexto

Ambas as equipais a necessitar dos três pontos, Benfica para se manter na luta pelo título, Estoril para garantir a permanência na primeira liga.

Estratégias

Benfica com 6 mudanças relativamente ao último jogo apresentou-se num sistema táctico 1x4x2x3x1 onde Kokçu e Tiago Gouveia foram as suas figuras principais. Por sua vez o Estoril num 1x5x4x1 sem bola e que permitiu defender em largura, não permitiu ao Benfica as ligações entre linhas, tirou a profundidade aos encarnados e desdobrava-se em 1x3x4x3 com bola, onde ia metendo o Benfica em alerta em especial pelas movimentações dos três homens da frente, sempre em trocas posicionais.

Primeira parte

Valeu pelos golos, em especial o de Kokçu, uma obra de arte.

Foi um Benfica inseguro que conseguiu dois golos em momentos de inspiração individual e não fruto de um caudal ofensivo, o primeiro num dos raros momentos em que conseguiu pressionar bem, roubar a bola próximo da área do Estoril e Kokçu fez uma obra de arte.

Um dos sintomas da falta de confiança do actual Benfica é os sucessivos passes para trás, jogadores constantemente de costas para a baliza adversária, onde apenas Tiago Gouveia, a espaços tentou movimentos de ruptura.

Estoril, equipa com bola, é uma equipa atrevida, com qualidade individual ao nível técnico e que no momento de construção expunha facilmente as dificuldades de organização que este Benfica revela neste momento do jogo, a pressão alta, e quebrava as linhas de pressão com facilidade, onde só pecou ao nível da decisão no último passe onde poderia ter criado mais situações de perigo para a baliza de Trubin, ainda assim conseguiu chegar à igualdade.

Faltava dinâmica e criatividade, mas ainda assim após um canto em que o Benfica tinha muita gente no ataque, Neres colocou na área e Tiago Gouveia serviu Marcos Leonardo, que andou desaparecido na primeira parte, para fazer o golo no momento chave para o Benfica, ir para o intervalo a ganhar.

O Golo da tranquilidade

Inicio de segunda parte feliz, Tiago Gouveia recebeu passe de Kokçu entre linhas, encarou o adversário, venceu o duelo e fez o golo que deu tranquilidade ao Benfica.

Sempre que teve oportunidades, o Benfica concretizou.

Com Kokçu na sua posição preferida, com Tiago Gouveia e Neres a procurarem mais vezes os espaços, Marcos Leonardo a oferecer-se para mais apoios frontais que permitiam arrastamentos, o Benfica podia ter feito novo golo.

O Estoril continuou a acreditar e também a expor a débil organização defensiva do Benfica, valeu Trubin para evitar que Marqués fizesse novo golo.

Até ao fim o Estoril cresceu, aproximou-se da área do Benfica mas pecou ao nível da finalização, tendo ainda Trubin feito uma excelente defesa a remate de Guitane que mais uma vez demonstrou qualidade.

Em resumo, uma vitória do Benfica fruto da eficácia demonstrada em frente à baliza mas ainda assim ficaram visíveis alguns sinais de intranquilidade e de problemas defensivos que no jogo da próxima quinta -feira se podem revelar decisivos para o desfecho da eliminatória da Liga Europa.