Destaques do Sporting: Um leão imperial que se verga ao seu rei, Gyokeres!
Retrato de uma equipa a divertir-se em campo sem perder competência. Franco Israel (finalmente testado), Rafael Pontelo tremeu mas não caiu e os... suspeitos do costume. Domínio total de uma equipa que joga de olhos fechados. Em todas as suas versões
Melhor em campo: Gyokeres (8)
Rei. Uma coroa que lhe assenta na perfeição desde que chegou a Alvalade. Se este leão é dominador, asfixiante por vezes, dinâmico e criativo, muito de deve à entrega deste avançado que nunca se fica pelas intenções. Corre, luta, cria e desequilibra e é decisivo em quase todas as suas ações. Atualmente é ele que atrai adversários e, com isso, abrem-se espaços para outros parceiros da frente. Ontem, mais um exemplo disso, pela forma como ganhou espaço no corredor direito na construção do primeiro golo, pela frieza com que marcou o terceiro (com belo golpe de cabeça) e o quarto, pleno de oportunidade, a aproveitar um mau atraso de Mezenga. Alvalade vergou-se (mais uma vez) à sua grande figura com nova exibição brilhante.
Franco Israel (7)
Grande. Finalmente, naquele que foi o seu 8.º jogo da época, provavelmente a sua melhor defesa. A frio, logo aos 8 minutos, a evitar um remate muito colocado de Rui Gomes, com a bola ainda a embater no ferro. A ser guarda-redes de equipa… grande, pois foi decisivo no único erro dos leões. Voltou a provar que pode ser solução. Assim que o técnico entender.
Neto (6)
Determinado. Sem facilitar. Muito atento às movimentações de Xavier e Cuba, arrojado em muitos cortes e recuperações, jogo pautado pela regularidade, sem se expor ao erro.
Gonçalo Inácio (6)
Esclarecido. Sem precisar de acelerar muito, jogo competente, a preencher bem o espaço central. Não foi obrigado a trabalhos forçados e cumpriu na perfeição. Com total serenidade. E competência.
Rafael Pontelo (5)
Estreante. Há 23 dias lutava em Vila Verde para evitar a derrota com o Leixões na Liga 2. Hoje foi opção inicial no líder da Liga. Um salto de gigante, tremendo, que não evitou claros sinais de nervosismo do brasileiro, logo na primeira intervenção, ao perder para Rui Gomes que enviou a bola ao ferro. Tremeu mas não caiu, cresceu no jogo (e na confiança) e destacou-se nos duelos aéreos, audácia ofensiva (arriscou remate aos 35’ fora da área) sem mais comprometer. Saiu ao intervalo mas já sentiu que a exigência desta nova etapa.
Ricardo Esgaio (6)
Genuíno. Seja qual for o adversário. Pode não tomar as melhores decisões, mas aparece, importuna os adversários, pressiona, não desiste nunca. Um fiel escudeiro de toda uma equipa que aparece para evitar problemas. Ontem, sobretudo na etapa final, esteve em bom plano.
Bragança (7)
Belo. A forma sedutora como trata a bola, conduz e transporta, foi fundamental na dinâmica imposta pelo leão nos seus melhores momentos. Nos quais o médio esteve sempre presente. Com papel determinante no segundo golo de Pedro Gonçalves a aproveitar mau passe de Léo para assistir o parceiro do miolo e, na retina, ficou ainda uma bomba (20’) para defesa muito apertada do guardião dos beirões.
Pedro Gonçalves (8)
Ilustre. Adivinhem quem voltou? Aquele jogador decisivo, com golo, diferenciado na arte da finalização. Pedro Gonçalves, pois claro. Desta vez a jogar no centro do terreno, com critério, inteligência e condução perfeita aliado ao instinto felino na finalização. Dois golos, momentos de bela execução na condução, uma exibição a fazer lembrar a sua melhor versão. E foram apenas 45 minutos porque ficou a ‘descansar’ no balneário na segunda parte.
Nuno Santos (7)
Justiceiro. Parece ser sempre aquele que não chama ninguém para fazer justiça com zelo e muito rigor. Quer sempre agarrar o jogo, chamar para si o protagonismo, com acutilância e golpes de génio que surpreendem. Esteve envolvido no desenho do primeiro golo, assistiu para o terceiro (cruzamento para Gyokeres) e assinou muitos outros lances de belo efeito.
Trincão (8)
Divertido. A felicidade estampada na cara do esquerdino assim que arrancou um primeiro cruzamento fazia antever uma ‘boa noite’. E não nos enganámos. Muito ativo, inventivo com bola, esforçado sem ela, a procurar a baliza (e esteve bem perto de marcar aos 26’ e 87’…), sem nunca desligar da equipa.
Paulinho (6)
Titânico. No espírito combativo, trabalho ofensivo e defensivo, coragem com que bate de frente com os adversários. Voltou, porém, a pecar na eficácia, pois não podia ter saído deste jogo em branco, tantas foram as ocasiões que foi tendo (9’, 24’ 90’…). Na única vez que marcou (lance muito bem desenhado) estava em posição irregular e não valeu.
Suplentes
Hjulmand (7)
Consistente. Mais assertivo na qualidade do passe, poderoso nos duelos, eficaz no preenchimento do espaço. Saiu do banco para rubricar uma segunda parte sem deslizes.
Matheus Reis (6)
Tarimbado. Parece ser um dos que melhor conhece as ideias de Amorim. Sempre bem colocado, a definir os timings certos na saídas, uma noite sem sobressaltos.
Coates (6)
Regressado. Quase um mês depois, o capitão voltou a somar minutos num jogo que não obrigou a muito desgaste. Cumpriu e não comprometeu.
Afonso Moreira (5)
Responsável. A jogar para a equipa, dinâmico, com boas movimentações, a devolver algum fulgor à equipa nos instantes finais.
Essugo (5)
Resiliente. Notória vontade em mostrar, correu muito, com algumas recuperações. Mais cauteloso nas entradas, mais eficaz na ações.