Destaques do Sporting: Gyokeres levou a equipa numa viagem a outra galáxia
Sueco veio de longe para dominar o mundo; dois golos numa noite louca em que Coates e Trincão também bisaram; Hjulmand a soltar melodias e Catamo a brilhar
A figura: Gyokeres (8)
Poucas equipas resistem a um avançado desta dimensão. Um ‘bulldozer’ que arranca os defesas pela raiz, que os vence em velocidade e está sempre ligado à corrente. É essa energia que contagia uma equipa e o Sporting formou realmente um coletivo fortíssimo frente ao Casa Pia, com o sueco a ser um dos principais dínamos de uma noite iluminada dos leões. Sim, houve muito Coates, muito Hjulmand, um Pedro Gonçalves em plano magnífico até sair ao intervalo, um Trincão assertivo, um Catamo irreverente, mas Gyokeres é simplesmente de outra dimensão, veio de uma galáxia distante para dominar o mundo. Com os dois golos apontados aos gansos, chegou às 24 finalizações, pulverizando registos pessoais.
Adán (6) — Espetador atento da goleada. Duas defesas fáceis a cabeceamentos denunciados de Clayton e uma pequena distração perto do intervalo, quando largou uma bola num lance que podia fazer furor no Youtube, mas que não contou por fora de jogo de Clayton. Bem protegido por uma equipa com enorme vertigem atacante.
Eduardo Quaresma (6) — Muito competente e bem enquadrado no trio de centrais do Sporting. Sem dramas defensivos para gerir, mas nem por isso recostado a esse conforto que lhe foi dado pelo Casa Pia, procurando descobrir espaços para os médios receberem a bola em boas condições.
Coates (8) — Bisou no jogo 350 pelo Sporting. Primeiro golo de cabeça incrivelmente facilitado pela ausência de marcação (é o Coates, pessoal, acordem!), sem que isso lhe retire mérito, porque estava justamente à espera que o couro caísse ali. Viu ainda uma bola ser-lhe devolvida pela trave (grande defesa de Ricardo Batista), até surgir na zona do segundo poste para marcar, após passe de Catamo.
Gonçalo Inácio (7) — Ação determinante no 2-0, com um passe longo para Pedro Gonçalves servir Gyokeres. Um ou outro desconforto provocado por Clayton, mas nada que a cascata de golos do Sporting não tenha atenuado, levando na corrente qualquer pontinha de fé que os gansos pudessem ter em surpreender o Sporting.
Esgaio (6) — Bons 57 minutos do ala, com raio de ação alargado por via do recuo constante do adversário e a envolver-se bem na dinâmica atacante dos leões, não concedendo, do ponto de vista defensivo, qualquer veleidade às suas referências de marcação.
Hjulmand (8) — Passe fabuloso a convocar a fuga e o golo de Pedro Gonçalves. Dos pés do dinamarquês também saem melodias que combinam lindamente com o afinado coro atacante do Sporting. Médio refinado e operário incansável, uma combinação equilibrada que deu aos leões uma superioridade esmagadora nos duelos no meio-campo e ainda um sétimo golo, numa combinação com Catamo.
Pedro Gonçalves (8) — Deu para tudo, até para gerir o esforço de um dos protagonistas da primeira parte. Assistiu Gyokeres, fez o 3-0 num disparo seco depois de uma desmarcação sublime a passe de Hjulmand e ainda fez uma abertura fantástica para Edwards, que resultou no golo de Trincão. Pedir mais em 45 minutos era um abuso.
Nuno Santos (7)— Livre lateral executado na perfeição para o 1-0 de Coates, mas o momento da noite foi o túnel a Lameiras, seguido de passe para Gyokeres escapar para a área e sofrer falta de João Nunes, passível de penalidade que o sueco converteu. Um dos motores da equipa, não sabe o que é desacelerar.
Edwards (7) — Primeiro sinal de perigo num canto direto. Muito irrequieto, desempenhou bem o papel de desequilibrador na ala direita, com muita vertigem. Num lance em que furou bem na área dos gansos, teve a felicidade de ver a bola sobrar para Trincão marcar.
Trincão (8)— Magnífico o remate com que fechou o banquete leonino. Castigador para os defesas, apareceu oportuno na área a acompanhar Edwards e fazer o 5-0. Insuflado de confiança, arrancou para um jogo de elevada qualidade, e o 8-0 foi mesmo a cereja no topo do bolo.
Suplentes
Daniel Bragança (6) – Entrou ao intervalo, envolvido num enquadramento de palpitações mais controladas, mas foi apenas um exercício de aquecimento, porque depressa o leão ganhou mais apetite pelo golo e o médio ajudou, e muito, à festa.
Paulinho (5) – Não marcou, mas a sua presença acentuou as fraturas numa defesa já por si fragilizada com tantos golos sofridos.
Geny Catamo (7) – Golaço do moçambicano, um disparo de pé esquerdo colocado no poste mais distante de Ricardo Batista. Excelente a combinação com Hjulmand a favorecer uma assistência açucarada para o bis de Coates. Aproveitou cada segundo para se divertir e jogar bem.
Matheus Reis (6) – Não podia pedir melhor cenário para entrar, com o Sporting autoritário e dominador. Fez o passe para o grande golo de Trincão, o segundo do extremo.
Essugo (-) – Somou mais minutos. Os últimos, porque o mercado abre-lhe a perspetiva de maior utilização noutras latitudes.