Destaques do Sporting: Gyokeres e Hjulmand vieram do frio e encheram a Luz de calor
Avançado sueco, extraordinário, disparou uma vez e marcou, mas foi um pesadelo para a defesa do Benfica; médio dinamarquês foi o último dos leões a cair; Edwards mais do que o suficiente para não ser substituído
A figura
8 Gyoekeres – Extraordinária leitura de jogo e movimentação para receber, nas costas de Otamendi, a bola e ainda melhor disparo, antes de António Silva poder intervir, de um míssil pouco depois de entrar na área — grande golo que ilustra bem a qualidade do avançado sueco. Não merecia a cambalhota no marcador, o grito de raiva após o segundo golo do Benfica traduziu toda a frustração. Referência nos apoios ofensivos, é quase imparável quando pega na bola e tem espaço à frente, como fogo lavrando uma floresta no verão. Para lá da potência, aplicou a técnica, por exemplo quando deixou pregado António Silva ao relvado e cruzou tenso para a área (49’).
6 adán — Pouco trabalho para fazer. Sem hipóteses nos golos, acabou o jogo com duas defesas: aos 62’ atirou-se para desviar com a ponta dos dedos um remate de João Mário (árbitro assinalou pontapé de baliza); aos 77’, com a mão direita, num gesto técnico perfeito desviou fortíssimo remate de Di María, com a bola ainda a beijar a barra.
6 Diomande — Resolveu, com tranquilidade, os lances em que foi chamado a intervir, com exceção de uma perda de bola aos 12’ para Florentino, que acabou com remate de Rafa à barra. Aos 30’, num cabeceamento na área, à frente de Florentino, quase marcou.
7 Coates — Somou cortes pela relva e pelo ar, alguns de elevada dificuldade, fez dobras, por ele alinhou bem a linha defensivo e foi um líder em campo que contagiou de segurança os companheiros. No lance do segundo golo, porém, não acompanhou Rafa e Tengstedt.
3 Gonçalo Inácio — É um dos responsáveis pela derrota. Sporting pagou caro a expulsão dele. Aos 23’, depois de má intervenção, foi pisar João Neves a meio do meio-campo do Sporting. Aos 51’, também depois de má decisão com a bola, derrubou Rafa, que escapava com perigo.
7 Ricardo Esgaio — Muito competente a defender — foi por exemplo importante a atrapalhar Rafa aos 9’ e, dessa forma evitar golo — está no lance do golo dos leões. Pressionou João Mário, que perdeu a bola para Marcus Edwards assistir Gyokeres. Faltou-lhe um pouco mais de capacidade ofensiva.
8 Hjulmand — Ocupou muito bem o espaço, cortando linhas de passe, pressionou João Neves e João Mário, condicionando a ação deles, deu intensidade e velocidade ao jogo, com passes curtos, mas também alguns longos. Quando o Sporting parecia perder forças, o dinamarquês ainda fervia de um lado para outro.
7 Morita — A bola sai dos pés do médio japonês— para a esquerda ou para a direita, para trás e, sobretudo, para a frente — como se fosse uma tacada de Ronnie O’Sullivan. Quase nunca permitiu que Florentino olhasse o jogo de frente. Muito dinâmico e rotativo, aos 31’ disparou ao lado do poste direito. Regressado de lesão, acusou cansaço na segunda parte e deixou o relvado, aos 85’, com o depósito de combustível vazio.
6 Matheus Reis — Muito concentrado em Di María, poucas vezes permitiu que o argentino criasse perigo. Boas antecipações em centro, alguns cortes e um grande susto quando Florentino quase cabeceou para golo aos 24’ mesmo na sua frente.
8 Edwards — Não é jogador para fazer muito e sempre bem. Mas é jogador para fazer a diferença. E fez toda a diferença aos 33’, num gesto técnico carregado de classe, isolou, com delicadeza, Pedro Gonçalves. Aos 45’ recupera a bola perdida por João Mário, faz um tunel a Morato e convidou com um passe perfeito Gyokeres a marcar. Saiu aos 57’. Devia ter continuado.
4 Pedro Gonçalves — Aos 33’, depois de isolado por Edwards, rematou contra Trubin de primeira e poderia ter feito muito melhor. Pouco em jogo, recuou muitas vezes para pegar na bola, mas em zonas em que pouca diferença positiva foi capaz de fazer. Substituído aos 73’.
5 St. Juste — Deixou Aursnes centrar para o segundo golo, no qual também mete em jogo Rafa. Somou uma perda de bola comprometedora 66’ e um cabeceamento defendido por Trubin. Aos 63’ deixou escapar Di María, mas recuperou a posição e controlou o lance.
5 Nuno Santos — Apenas duas ações defensivas significativas (75’ e 77’) e uma ofensiva (85’), quando arrancou com a bola e foi derrubado por João Neves, que viu cartão amarelo.
4 Trincão — Aos 90+3’ cometeu falta sobre Gonçalo Guedes à entrada da área. Na sequência do livre cortou para canto do qual nasceu o primeiro golo do Benfica. Remate sem perigo aos 86’ e gestão de bola aos 90+1’ no meio-campo ofensivo quando a equipa ainda vencia.
5 Paulinho — O avançado que já foi guarda-redes desta vez jogou como médio, ao lado de Hjulmand. Desceu várias vezes para apoiar os centrais, na iminência de cruzamentos para a área. Procurou ajudar a equipa a manter a vantagem.