As ausências, a chamada de Samu Costa e os pontos fortes da Polónia: tudo o que disse Martínez
Selecionador nacional projetou encontro da Liga das Nações
Declarações de Roberto Martínez na sala de imprensa do Estádio do Dragão, na antevisão ao Portugal-Polónia, duelo da Liga das Nações, agendado para esta sexta-feira às 19h45:
— Foi uma semana de trabalho difícil, sem Rúben Neves, Rúben Dias e João Palhinha?
— Não diria difícil, foi uma semana com muita boa predisposição. Gostei muito da integração dos novos jogadores, o que diz muito do balneário que temos. Gostei da nova energia. É um desafio para todos nós. Depois do Europeu perdemos o Pepe e agora o Rúben Dias. É um processo para continuarmos a conhecer os jogadores. Queremos ganhar amanhã, queremos apurar-nos, mas temos de continuar a acrescentar jogadores ao grupo. Perdemos quatro jogadores que foram importantes para o grupo, mas amanhã será importante para mostrarmos que temos todos os jogadores preparados.
— Este jogo pode ser uma oportunidade para experimentar novos jogadores?
— Não gosto da palavra experimentar. Estamos a falar da Seleção. Temos os melhores jogadores. Há muitos jogadores com lesões. Não sei porquê, em novembro, mas aconteço. São jogadores com valências diferentes. Queremos ter o controlo do jogo, chegar perto da baliza e marcar golos. Será um bom estágio para vermos mais jogadores, mas não para experimentar. Tentamos estar focados e conquistar os três pontos para estarmos nos quartos de final da Liga das Nações, mas o objetivo é preparar o grupo para o objetivo total dos 18 meses.
— Que tática terá de adotar amanhã pensando nos pontos fortes da seleção polaca?
— A Polónia é uma equipa que corre riscos e gosta de jogar ao ataque. Todos os jogos da Polónia têm quatro ou mais golos, o que mostra a personalidade desta equipa, que gosta de correr riscos. O que importa é a nossa sincronização, o que poderemos mostrar com os jogadores novos, que não têm tanta experiência. Espero que consigamos continuar a controlar o jogo e ter oportunidades. A Polónia é uma equipa que joga com três centrais numa linha de cinco e com um ataque flexível.
— Os jogadores do Real Madrid poderão, por exemplo, chegar aos 82 jogos esta época. O que se pode fazer para contrariar esta sobrecarga de jogos?
— Já falei disso. Eu tenho a minha opinião, que é muito clara. Os jogadores gostam de jogar, o importante é o descanso entre épocas. O número de jogos é bom. Mas é momento de todos mostrarem responsabilidade, estou a falar das federações, da UEFA, da FIFA, da ECA. Os jogadores precisam de ter um bom descanso entre épocas. É preciso responsabilidade. Há muitas decisões que não são conjuntas. É preciso sentar todos à mesa e discutir. Não é um problema que não tenha solução.
— Mencionou que Portugal perdeu Pepe e Rúben Dias, mas não falou de Gonçalo Inácio, que não foi chamado...
— Falei do Rúben Dias porque é um jogador que tem mais de 50 internacionalizações ou de um Pepe que é um jogador histórico da Seleção. Estamos a falar de um aspeto de liderança que é importante para nós. O Inácio tem muita qualidade, mas é uma decisão médica. Não está a 100%, portanto não está apto para ajudar a Seleção. Está no processo de continuar a trabalhar com o seu clube. É presente mas também é futuro da Seleção.
— Como analisa a seleção da Polónia?
— Há muitos jogadores que gosto desta seleção polaca. O Zalewski é um jogador com um pontencial incrível, toma riscos e é um jogador que os adeptos gostam muito. O próprio Zielinski... mas o ponto forte da seleção polaca é a ideia de jogo do seu selecionador, uma equipa que arrisca muito. O Lewandowski é o capitão, o farol da Polónia, mas nesta competição a Polónia já utilizou seis pontas de lança diferentes. O jogador que o substituir certamente que estará familiarizado e com minutos. A ideia coletiva do treinador é um ponto forte.
— Qual é a importância desta partida para Portugal cumprir o objetivo de passar à fase seguinte da Liga das Nações?
— Agora o objetivo é seguir para os quartos de final. É uma competição que eu gosto muito, uma competição nova, mas é importante para as seleções disputarem uma competição de ligas. Acho que não existem favoritas na final four. Para já, queremos continuar a crescer. É uma competição que ajuda muito os selecionadores a acrescentar competitividade aos seus grupos e, por isso, não existem seleções favoritas neste momento. Mas existem várias a crescer e que podem sim chegar aos quartos de final.
— O que pode Samu Costa trazer de diferente à Seleção?
— Quando nós fazemos a escolha, falamos de 26 jogadores. Tivemos 30 jogadores e tivemos de ter um critério. Queríamos utilizar todos. Não queríamos deixar jogadores de uma segunda linha de ataque de fora. Quando o Pote e o Matheus Nunes ficam de fora, o Samu é um jogador que fez um estágio muito bem, já disse que seria um jogador de futuro. Utiliza o pé esquerdo e acaba por ser mais natural para ele jogar nessa posição. Falamos sobretudo de um equilíbrio no geral. Falamos de uma equipa que é muito forte na transição, pelo que teremos de ser muito fortes no jogo exterior e fazer uma boa pressão. Na Polónia tivemos Bernardo Silva, Bruno Fernandes... Amanhã, temos jogadores como o Samu, como o Vitinha ou João Neves que podem fazer essa posição.
— Que cuidados terá de ter a Seleção e quais são as principais valias da Polónia?
— Acho que o treinador tem ideias muito claras. É uma equipa que joga com muita largura e que tem muita capacidade. Tem jogadores rápidos no último terço e é claramente um ponto forte desta Seleção. É uma equipa muito jovem e que assenta muito bem na ideia do treinador. O ponto forte é esse. Sabem o que o fazem no relvado, são uma equipa exigente. Os nossos jogadores que iniciarem no onze inicial e todos os outros que entrarem durante o encontro terão de estar muito atentos.
— As ausências levaram-no a repensar a estratégia para esta dupla jornada?
— Sim, sem dúvida. A estratégia tem de ser alterada de acordo com os jogadores que temos. Temos de ajustar devido às valências dos nossos jogadores. Temos jogadores polivalentes, que olham sempre de frente para os desafios que vamos tendo pela frente.