De herói da Liga dos Campeões a desaparecido em Milão: onde está Origi?
Avançado belga teve papel preponderante no Liverpool que venceu o Barcelona por 4-0. Cinco anos volvidos, não conta para Paulo Fonseca e... ninguém sabe bem onde está
No 1.º de maio de 2019, Dia do Trabalhador, os jogadores do Liverpool não conseguiram mostrar serviço em Camp Nou, com Messi a liderar o Barcelona para uma vitória por 3-0 na primeira mão da meia-final da Liga dos Campeões. A remontada parecia tarefa hercúlea... mas não impossível.
Seis dias depois, os mesmos protagonistas encontraram-se em Anfield. Ou, melhor dizendo, os mesmos intérpretes, porque os papéis inverteram-se: Messi passou (pasme-se!) a figurante, Wijnaldum saiu do banco para inverter a narrativa com dois golos e, com o mesmo número de tentos apontados, apareceu Divock Origi. O número 4 do trio composto por Salah, Mané e Roberto Firmino apareceu ao minuto 7 numa recarga, a fazer o 1-0, e, na segunda parte, finalizou o canto rápido mais famoso da história: corner taken quickly por Alexander-Arnold e o belga, na área, fez o 4-0. Reviravolta confirmada, com a ascensão de um herói inesperado, que confirmou esse mesmo estatuto na final, frente ao Tottenham, ao apontar, perto do minuto 90, o golo que confirmava a sexta Liga dos Campeões da história do Liverpool.
Passaram, entretanto, cinco anos. Origi, com 29 anos, está longe de estar nos anos que são, normalmente, associados ao ocaso de um futebolista. Mas... onde está? No Milan, mas ninguém diria. Não conta para Paulo Fonseca, treina com os sub-23 ou sozinho e, ao que tudo indica, só está em Itália... porque tem de ser.
Crescimento e queda de Origi
Origi nunca foi um indiscutível para Jurgen Klopp enquanto esteve no Liverpool. Foi na época 16/17 que fez mais minutos na Premier League, 1460, mas nem isso evitou que, no ano seguinte, rumasse ao Wolfsburgo, por empréstimo. Em 2018, voltou, de vez, aos reds, mas mesmo com o papel preponderante que teve na Liga dos Campeões, jogou apenas 217 minutos na competição, aos quais somou 367 no campeonato. Em todas as competições, jogou 674 minutos, o equivalente a cerca de nove jogos completos. Na época seguinte, voltou a disputar mais de 700 minutos na Premier League, em 28 jogos, com quatro golos apontados, a melhor marca que teve na prova desde 16/17, em que apontou sete.
Em junho de 2022, o contrato do avançado belga viria a terminar e, nessa época, não teve oportunidade de lutar pela renovação. Entre campeonato e Liga dos Campeões, só jogou 312 minutos, com quatro golos marcados e, por isso, o contrato expirou. Não estava, porém, em situação de dificuldade. Com um salário superior a 4 milhões de euros por ano, Origi rumou ao Milan, que se havia sagrado, na época passada, campeão italiano.
Pouco aproveitamento em Milão deu regresso a Inglaterra
A vida em Milão não foi particularmente famosa em oportunidades. Entre lesões e opção técnica, Origi só disputou 1018 minutos no campeonato, mais 144 na Liga dos Campeões. Pioli preferiu Giroud, que somou mais do dobro dos minutos e apontou 13 golos e assistiu mais cinco. Os números de Origi empalidecem perante o aproveitamento do francês: dois golos e uma assistência na luta por revalidar o scudetto, que acabou por ser conquistado pelo Nápoles.
Um ano de Origi foi, ao que tudo indica, suficiente para Pioli, que permitiu que o avançado fosse cedido ao Nottingham Forest na época seguinte. Primeiro com Steve Cooper, depois com Nuno Espírito Santo, foi sempre pouco usado, com 754 minutos somados em todas as competições e apenas um golo, na Taça de Inglaterra, frente ao Bristol City, da segunda divisão. Números que não convenceram no regresso ao Milan, que vivia um paradigma totalmente diferente.
Para Paulo Fonseca, não conta
«Origi não conta para o nosso projeto. Vão para a equipa de formação.» Foi assim que Zlatan Ibrahimovic, diretor desportivo do Milan, anunciou que o belga, juntamente com Fodé Ballo-Touré, não ia fazer parte do plantel principal. Assim, passou a treinar com o Milan Futuro, equipa de bases do plantel, mas por pouco tempo. Agora, a receber €4 milhões ao ano até 2026, está a treinar à parte, mas não necessariamente em Milão.
A verdade é que o jogador anda... desaparecido. Não necessariamente desaparecido, diga-se, mas, pelo menos, não está a treinar só no centro de treinos do Milan. Já foi avistado em Roma e em Florença, por exemplo, acompanhado de treinador pessoal, de modo a manter a forma, mas o seu paradeiro não é certo. Além disso, também não há qualquer declaração do belga, nem nenhuma publicação nas redes sociais desde 3 de julho. Para Paulo Fonseca, não conta, mas, aos 29 anos, apesar da regularidade não ser a sua maior chave, ainda vai mais que a tempo de fazer o contrato da sua vida.