Allianz Cup Destaques do SC Braga: nos ferros e nas mãos de Matheus estava a poção que fez de Ruiz o herói
Depois de uma hora de massacre leonino, internacional espanhol entrou e, cinco minutos depois, fez o golo da vitória. Antes, brilharam não só o guarda-redes, mas também Paulo Oliveira, que ganhou o(s) duelo(s) com Gyokeres
Melhor em campo: Abel Ruiz (7)
O herói! Acidental? Nada disso! O internacional espanhol contava ser titular, mas ficou no banco e... estava com cara de poucos amigos, estava com aquele ar de «se me vejo ali dentro, o mister vai ver». E viu. Abel Ruiz entrou aos 60 minutos e... entrou com tudo, com alma e com vontade. Vontade de fazer o que ainda não tinha sido feito. E, na primeira vez em que tocou na bola, fez aquilo que o Sporting falhara e falhara e falhara: o golo! A festa! Imensa! 1-0 para o SC Braga, num movimento em que a bola foi atirada meio com a cabeça, meio com o ombro, em resposta ao cruzamento de Rodrigo Zalazar. Não marcava desde 7 de outubro passado, fez ontem o seu terceiro golo esta época.
Matheus (7)
O travão! Tudo começou com defesa fácil a remate de Trincão (12’). Mas, logo depois, estava batido no foguete de Pedro Gonçalves (13’) que esbarrou no ferro! Muito bem, mais tarde, a responder a disparo poderoso de Trincão (23’) e a cruzamento traiçoeiro de Coates, que parecia levar selo de golo (36’). E ainda teve tempo de ser gigante no desvio para o travessão do tiraço de Nuno Santos (37’), ele que, porém, nem se mexeu em nova tentativa do lateral/extremo leonino, novamente ao poste (45+1’). Só, à beira do fim, voltar a ser chamado à ação, primeiro (90+1’) a segurar a bola no ar, sem tremer, e depois a encaixar a derradeira tentativa de Pote (90+2’).
Víctor Gómez (6)
O termóstato. Dificuldades com Nuno Santos na primeira parte, num duelo faiscante que raramente ganhou… Acertou o passo na segunda metade e com isso arrefeceu o fogo que o lateral leonino estava a levar para a área bracarense. Ao mesmo tempo que deixou as mãos de Israel a ferver, num potente remate aos 75’.
José Fonte (6)
O farol. Mais lento do que Oliveira, mas procurando sempre apoiar o companheiro de setor, na cobertura às (poucas) falhas deste. Incansável a arrumar a casa, a orientar os colegas sobretudo naquela longa hora de sufoco constante do Sporting.
Paulo Oliveira (7)
O guerreiro. Com Gyokeres em ponto de mira, teve de recorrer só por duas vezes à falta para travar o poderoso sueco, numa grande batalha em que venceu a maioria dos duelos, contribuindo (e muito) para a noite menos positiva do goleador do Sporting. E ainda foi sombra de Paulinho. Em suma, esteve irrepreensível nesta noite de reencontro com a antiga equipa.
Borja (6)
O irrequieto. No ataque, duelo interessante com Eduardo Quaresma; e, na defesa, com Marcus Edwards, foi mais eficaz no segundo momento do que no primeiro. Somou alguns cruzamentos venenosos.
João Moutinho (7)
O pêndulo. Muito bem na leitura dos lances e extraordinário no posicionamento, peca somente por alguma lentidão a reagir, algo que se viu mais ao longo da primeira meia hora, reencontrando-se depois.
Vítor Carvalho (6)
O motor. Incansável a dar o corpo a todas as batalhas no meio-campo, ainda foi um apoio determinante na defesa, onde ocupou muitas vezes a posição de terceiro central, ajudando Paulo Oliveira na missão de travar Gyokeres. Ultrapassado uma vez por Quaresma, numa jogada cheia de classe do central leonino (43’) que quase fazia o 1-0, respirou de alívio...
Rodrigo Zalazar (7)
A serpente. O primeiro aviso chegou logo aos 2’, com grande cavalgada pela direita, sempre com bola, até deixar para o calcanhar de Ricardo Horta, travado por Franco Israel. A defender, porém, deixou muito espaço às linhas leoninas nos primeiros 20 minutos, algo que corrigiu, depois, com sucesso. Tentou, de longe, aos 34’, mas o remate forte e rasteiro saiu ao lado. É dele a assistência, a sua sexta na presente época, para o 1-0 de Abel Ruiz.
Pizzi (4)
O apagão. Sem luz a atacar e… pouco eficiente a defender foi alvo da irritação de Artur Jorge em alguns instantes, sobretudo durante as recuperações do Sporting rumo a novos ataques. Foi a unidade mais apagada e, naturalmente, a primeira a ser substituída, saindo aos 60’.
Ricardo Horta (5)
Sombra. Foi com arte que logo aos 2’ testou Israel, de calcanhar, mas o guarda-redes estava atento. Inácio, na maioria das vezes, mas também Hjulmand, em certas ocasiões, foram uma sombra que raramente o deixaram iluminar o jogo bracarense. Ainda se viu aos 75’, numa recarga para defesa de Israel.
Álvaro Djaló (5)
O perdido. O hábito de jogar mais nos corredores foi notório no desconforto que revelou por estar posicionado no meio, como homem mais adiantado. Ainda assim, protagonizou investidas interessantes, algumas com perigo, como no lance aos 21’ em que Hjulmand só no limite o travou. Tentou muito, conseguiu pouco, saiu cansado aos 79’.
SUPLENTES UTILIZADOS
Roger Fernandes (—)
O agitador. Entrou aos 79’, para a primeira fase de pressão e para desequilibrar.
Serdar (—)
O defensor. Artur Jorge sentiu que era hora de segurar o 1-0 e, aos 88’, lançou mais um central para a muralha do SC Braga.