Depois de reunião madrugada fora, 21 jogadoras da seleção espanhola aceitaram ficar
Victor Francos, presidente do Conselho Superior dos Desportos
Foto: IMAGO

Depois de reunião madrugada fora, 21 jogadoras da seleção espanhola aceitaram ficar

FUTEBOL FEMININO20.09.202308:52

Duas jogadoras foram dispensadas e não serão sancionadas; reunião demorou 7 horas e resultados foram comunicados depois das 4 da madrugada

A grande maioria das jogadoras da seleção espanhola aceitou reintegrar a seleção, depois de uma reunião de sete horas com o presidente do Conselho Superior dos Desportos (CSD), Victor Francos, em Valência, e que acabou já de madrugada, depois de uma primeira concentração em Madrid e um dia muito tenso.

Apenas duas das 23 convocadas saíram, sendo que as restantes 21 aceitaram ficar e preparar jogos com Suécia e Suíça para a Liga das Nações.

Francos, que é também secretário de Estado do Desporto e por isso representante do Governo, falou pelas 4.30 horas e não revelou os nomes das duas jogadores em causa  - falou em «falta de ânimo e desconforto pessoal» -, mas disse que não serão alvo de sanções, ao contrário do que se previa para quem recusasse representar a seleção.

«A boa notícia que temos para dar ao grande público é que 21 jogadoras demonstraram vontade de ficar. As jogadoras estão num momento difícil e penso que é uma boa notícia poder dizer que a equipa vai disputar os dois jogos com garantias e, esperamos, com vitórias. Quero que haja o mesmo respeito por estas e pelas que saíram», referiu o governante.

«Chegámos a uma série de acordos que serão redigidos e assinados amanhã [esta quarta-feira} pela Federação e pelo Conselho Superior dos Desportos. As jogadoras tiveram total liberdade para falar, tal como a federação e o governo», disse Victor Francos.

«Houve um acordo muito concreto: a constituição de uma Comissão Mista e que englobe as três partes (CSD, Federação e jogadoras) para podermos dar seguimento aos acordos que alcançámos e que se relacionam com vários aspetos, como o desenvolvimento da Lei do Desporto e tudo o que tenha a ver com políticas de igualdade de género, avançar com a igualdade salarial, e igualdade de qualidade de infraestruturas. As jogadoras pediram reformas imediatas na federação, que esta se comprometeu a fazer», explicou ainda, sem referir em concreto de que mudanças se trata.

A nova selecionadora da Espanha, Montse Tomé – nomeada depois de Jorge Vilda ter sido despedido – chamara 15 campeãs do mundo (Jenni Hermoso ficou fora) e outras jogadoras que tinham pedido para não serem convocadas enquanto não houvesse mudanças na federação, afirmando que não queriam voltar a jogar até reformulação completa do organismo. O despedimento do presidente Luis Rubiales, dias depois do beijo na boca a Hermoso na final do Mundial, não foi considerado suficiente.