Casa Pia: Tchamba cumpriu todos os minutos na ‘era Gonçalo Santos’
Camaronês tem-se revelado peça essencial na estratégia do atual técnico dos gansos; conquistou titularidade ainda com Pedro Moreira ao comando e não mais perdeu o lugar
Os momentos de transição entre técnicos constituem, muitas vezes, oportunidades de redenção para jogadores que, até então, não vinham tendo o devido aproveitamento. Duplexe Tchamba é um exemplo claro desta realidade, passando de opção secundária no início da época para Filipe Martins para aumentar a utilização com Pedro Moreira e transfigurar-se por completo com o atual líder, Gonçalo Santos, para quem parece indispensável no eixo defensivo.
O central camaronês, internacional por três ocasiões pelo seu país, todas em 2021, atravessa o seu melhor momento desde que chegou a Pina Manique, há pouco mais de um ano: cumpriu todos os minutos de competição do Casa Pia nas últimas oito jornadas do campeonato sendo que, entre estas, encontram-se os cinco encontros já realizados com Gonçalo Santos ao comando dos gansos. Por conseguinte, Tchamba tem sido um elemento intocável na estratégia do atual treinador casapiano.
450 minutos em 450 possíveis com Gonçalo Santos representa bem o papel que o defensor africano detém atualmente no conjunto lisboeta. Uma realidade totalmente oposta à que se verificou à sua chegada, na segunda metade da época transata, na qual apenas realizou cinco partidas, tempo escasso que, ainda assim, bastou para que o Casa Pia se interessasse pela sua continuidade em definitivo, negociada com os dinamarqueses do Sonderjyske, que numa primeira fase o haviam cedido por empréstimo.
Duplexe Tchamba precisou de aguardar praticamente um ano para se tornar primeira escolha habitual no Casa Pia. Com Filipe Martins ao comando, o defensor de 25 anos apenas juntou mais três participações, todas elas pela Taça da Liga, aos cinco encontros realizados em 22/23, e só já com Pedro Moreira no comando técnico viu a sua influência aumentar, curiosamente depois de um momento traumático para a equipa, mais concretamente a expressiva goleada (8-0) sofrida em Alvalade perante o Sporting.
No embate com os leões, o camaronês ocupou a vaga deixada por Nermin Zolotic, que havia contraído um problema muscular e apesar de não ter conseguido ajudar a evitar a derrocada acabou mesmo por convencer o anterior treinador, que chegou a referir-se à importância de reagir à adversidade de, em função da escassa utilização que vinha tendo, não ter feito parte das escolhas da sua seleção para disputar a última Taça das Nações Africanas e não mais abdicou dos seus préstimos.
Tal manteve-se com Gonçalo Santos, que lhe confia o lado esquerdo no trio de centrais que vem elegendo, e Tchamba justifica em campo a confiança que lhe vem sendo transmitida. Em Vizela, na retoma da Liga, tudo indica que o africano irá manter o lugar.
Na última partida realizada, frente ao Benfica, o central esquerdino voltou a justificar a aposta e mostrou predicados na antecipação, revelando sentido prático em cortes importantes, em especial na primeira parte, que foram adiando o nulo até à segunda parte – Arthur Cabral marcaria, no segundo tempo, o único golo da partida, que valeria o triunfo aos encarnados.