ENTREVISTA A BOLA Carlos Freitas: «O Sporting marcou a minha carreira»

NACIONAL08:30

Cresceu a devorar tudo o que tinha a ver com futebol, lendo revistas como a 'Onze Mondial', o 'Guerin Sportivo' ou a 'Don Balón'. Foi jornalista, empresário e faz esta sexta-feira 25 anos que assumiu a direção desportiva do Sporting, no qual esteve três vezes. Passou ainda por SC Braga, Panathinaikos, Metz, Fiorentina, V. Guimarães e Seraing. O cunho, agora, é profissional mas a paixão pelo futebol está intacta.

— Que balanço faz destes 25 anos de carreira?

—Francamente positivo porque tive a possibilidade de trabalhar com profissionais de excelência, em grandes clubes. Tive a possibilidade também, em termos sociais, o que é muito enriquecedor, de trabalhar em vários países. Portanto, não me posso queixar minimamente. 

— A carreira está em pausa agora? 
— Está em pausa por opção própria no último ano, porque a vida não é só a componente profissional. 

— E segundo sei, tem uma forte ligação familiar....
— Exatamente. Filho único, bem criado, felizmente.

—Aqui bem perto, em Benfica.
 — Exatamente. Ou seja, não dá para dissociar a nossa vida das várias componentes quando elas são importantes. E portanto, há opções que tiveram que ser tomadas e voltaria a tomá-las. Mas agora, obviamente, até porque acho que estou em boa idade de trabalhar, é esperar pela melhor oportunidade.

—Qual a expectativa de futuro? Portugal, estrangeiro?
—Obviamente que Portugal é sempre uma possibilidade, embora entenda que nesta altura há uma componente presidencialista na jornada da maioria dos clubes que é pouco compatível...

— Isso abafa o papel de diretor desportivo?
— Eu penso que sim. Vou dar um exemplo. A Liga no ato do licenciamento obrigou os clubes a nomearem o OLA, o Oficial de Ligação aos Adeptos, o Diretor de Segurança, o Diretor de Comunicação, e não obrigou os clubes a nomearem um diretor desportivo licenciado, digamos assim. Independentemente da Federação ou da Liga promoverem cursos, a verdade é que parece-me que o papel do diretor desportivo não é reconhecido como é noutros países e acho que é um passo que Portugal tem que dar.

— Numa carreira tão vasta e tão longa, qual foi o clube que mais o marcou e lhe deu mais gozo de trabalhar? O Sporting por tem sido o primeiro e por ter estado três vezes? Porque foi duas vezes campeão? —E porque quase mais de um terço da minha carreira foi passada no Sporting. Por ter sido o primeiro, por ter sido campeão duas vezes, por termos também conquistado três taças de Portugal e três supertaças, por ter chegado a uma final europeia [Liga Europa], e por todas as vivências que por lá tive, obviamente que é um clube que me diz muito. Como me diz a Fiorentina, que foram três anos inesquecíveis, como o trajeto em Braga e Guimarães, por razões diferentes, também deixou marca.