Seleção Brilhante e inédito: o melhor arranque de sempre numa fase de qualificação
Meia hora arrasadora, com quatro golos para todos os gostos, lançaram a Seleção Nacional para brilhante exibição e resultado igualmente arrasador: 6-0. Portugal apenas por 18 vezes arrancara goleada deste calibre em 676 jogos e só em quatro ocasiões o fizera fora de casa: 7-0 ao Liechtenstein em 1995, 7-1 a Andorra em 2001, 7-0 à Coreia do Norte em 2010 e 6-0 às Ilhas Faroé em 2016. As duas primeiras com António Oliveira a selecionador, a terceira com Carlos Queiroz (fase final do Mundial-2010) e a quarta com Fernando Santos.
Além disso, é o melhor arranque de sempre numa fase de qualificação, seja para Mundiais ou Europeus: 4-0 ao Liechtenstein e 6-0 ao Luxemburgo, 10-0 nos dois primeiros jogos. Nas anteriores três vezes em que a Seleção Nacional arrancou com dois triunfos nos dois primeiros jogos de qualificação para um Europeu, nunca o fizera de forma tão contundente: 1960 (5-2 nos dois jogos com a RDA), 1984 (4-1; 2-0 à Finlândia e 2-1 à Polónia) e 1996 (5-2; 2-1 à Irlanda do Norte e 3-1 à Letónia), respetivamente com José Maria Antunes, Otto Glória e António Oliveira como selecionadores.
Se juntarmos as qualificações para fases finais de Campeonatos do Mundo, quase nada muda. Portugal arrancou com duas vitórias apenas em quatro qualificações: 1966 (6-1 à Turquia nos dois jogos), 1972 (5-0 a Chipre nos dois jogos), 1986 (3-1; 1-0 à Suécia e 2-1 à Checoslováquia) e 2006 (6-0; 2-0 á Letónia e 4-0 à Estónia). Ou seja, o 10-0 com que Portugal arrancou a qualificação para o Euro-2024 é o melhor de sempre.
Obviamente, tem de dar-se um desconto, pois este muito bom arranque foi frente a Liechtenstein (34.º do ranking UEFA) e Luxemburgo (42.º). Duas Seleções que, apesar dos progressos feitos, sobretudo pelo adversário de ontem, estão muito longe de poderem ombrear com uma seleção do top-10 da Europa. O melhor resultado dos últimos tempos do Luxemburgo, por exemplo, foi o empate de quinta-feira em casa da Eslováquia (28.ª). Teve ainda um empate (0-0) na receção à Hungria (24.ª) e outro empate (3-3) na Turquia (12.ª).
De qualquer modo, este 10-0 a abrir a fase de qualificação é brilhante e inédito. Seria igual com Inglaterra, Itália, Espanha, França ou Alemanha? Evidentemente que não. Porém, o sorteio e o cruzamento ditou que Portugal recebesse, nos dois primeiros jogos do Grupo J, Liechtenstein e Luxemburgo. E que fez Portugal? Despachou o primeiro com razoável 4-0 (sim, já houvera 8-0, 8-0, 7-0 e 5-0) e o segundo com hipergoleada de 6-0 (igualando os melhores resultados, 6-0 em 1961 e 2005, com Armando Ferreira e Luiz Felipe Scolari). Sim, foi com Liechtenstein e Luxemburgo? Sim, foi. E então?