Benfica: sangria na defesa
Nicolás Otamendi, ausente do jogo com o Estoril por castigo, reage depois de um golo sofrido com o Rangers. Foto: Miguel Nunes

Benfica: sangria na defesa

NACIONAL10.03.202408:15

Nove golos sofridos nos últimos três encontros; na época passada, com o mesmo número de jogos, equipa consentiu menos 14; média de um golo sofrido por jogo (pior só em 2021/2022)

O desempenho defensivo do Benfica caiu a pique nos últimos três jogos — nove golos sofridos contra Sporting (1-2), FC Porto (0-5) e Rangers (2-2) elevam a média de golos sofridos por jogo para valores semelhantes aos da época 2021/2022, na qual os encarnados acabaram sem troféus. E, esta noite, contra o Estoril, os encarnados tentarão evitar sofrer mais golos sem o capitão Nicolás Otamendi, que está castigado e dará lugar a Morato no centro da defesa.

O descalabro coincide, pois, com esses jogos contra equipas mais fortes. Antes dessa série de três partidas, as águias somaram dois jogos sem sofrer golos, com Toulouse (igualdade a zero com sofrimento que valeu a qualificação para os oitavos de final da Liga Europa) e goleada aplicada, na Luz, ao Portimonense (4-0). E, depois do jogo com os algarvios, a média de golos sofridos por jogo era de 0,89. Apesar de tudo significativamente superior à primeira temporada de Roger Schmidt, que acabou com média de 0,73 golos sofridos por encontro (40 em 55 jogos).

O Benfica soma 42 jogos e 42 golos sofridos — fácil, sofre um golo por jogo. Mas, em igual número de jogos na primeira época do treinador alemão, a diferença é bem grande. O Benfica, na época passada, sofreu menos 14 golos nos primeiros 42 jogos da época, verificando-se, como tal, média de 0,67. O final de 2022/2023, como todos se lembram, foi mais difícil para os encarnados, daí que a média tenha subido de 0,67 para 0,73.

Neste momento, os números aproximam-se, então, daqueles da temporada 2021/2022 (média de 1,1 golos sofridos por jogo). E dificilmente será possível recuperar de forma a chegar à eficácia defensiva da época passada.

Schmidt escolheu, quase desde que chegou à Luz, os quatro titulares da linha defensiva — Bah, António Silva, Otamendi e Grimaldo. Esta época, os defesas-centrais mantêm-se, mas tem havido constantes mudanças nas laterais — Aursnes tem sido um denominador comum nessa posição, ora na esquerda, ora na direita; Bah, que esteve lesionado e perdeu 21 jogos, está de volta; sem Grimaldo, que partiu para Leverkusen, Morato é opção de recurso na esquerda; Jurásek já saiu; Álvaro Carreras não fez o suficiente para ficar com o lugar. E, por outro lado, Roger Schmidt chegou a utilizar sistema tático de três centrais nos jogos com Arouca (2-0), Chaves (2-0) e Real Sociedad (1-3), no final de outubro e princípio de novembro.

Muita instabilidade que, seguramente, contribuiu para o desempenho defensivo esta época.