Benfica na final da Champions? «Desculpem-me ser egoísta, mas importante é o Sporting ganhar»
O treinador da equipa de futsal do Sporting, Nuno Dias, antevê a final four da Liga dos Campeões perante a imprensa. Foto: Miguel Nunes/ASF.

Benfica na final da Champions? «Desculpem-me ser egoísta, mas importante é o Sporting ganhar»

FUTSAL29.04.202416:33

Nuno Dias reconhece que seria benéfico para o futsal português ter um dérbi lisboeta na final de Liga dos Campeões, mas considera essa possibilidade irrelevante para as ambições dos leões; ambiciona vingar final perdida em 2022 com o Barcelona e chegar ao jogo decisivo pela quarta época consecutiva

A comitiva do Sporting partiu, ao final da manhã desta segunda-feira, rumo a Yerevan, capital da Arménia, para disputar a final four da Liga dos Campeões em futsal, encontrando na meia-final, a realizar na próxima sexta-feira, o Barcelona, opositor que no último confronto entre os dois conjuntos impediu os leões de conquistarem a edição de 21/22, vencendo a final da competição (4-0), como recorda o técnico sportinguista, Nuno Dias, na antevisão à partida e ainda em solo português.

«Em termos de resultado, espero que também seja diferente do que foi o último em termos oficiais, que foi a derrota em Riga, que nos deu apenas a medalha de prata», lembrou, determinado em afastar os catalães e repetir a presença na final, a exemplo das últimas três edições, muito embora só tenha conseguido vencer a primeira delas, em 20/21 – conquistou também a edição de 18/19. São já várias as finais perdidas, mas, em seu entender, cada uma delas não deixa, por si só, de constituir um «feito extraordinário».

«Se formos segundo lugar outra vez numa decisão destas, eu não me importo; porque parece que somos pouco ambiciosos ao dizê-lo, mas o chegar ali, a uma final, é algo que só está ao alcance de duas equipas na Europa e é algo extraordinário. Muitas vezes desvalorizamos o que é chegar a uma final e felizmente já estivemos em muitas. Duas vencemos, noutras perdemos - em mais - mas o principal objetivo é chegar à final e chegar lá é um feito absolutamente extraordinário», defendeu Nuno Dias.

«Se virmos quantas equipas portuguesas, em todas as modalidades, chegaram a finais de Champions, ou campeonatos da Europa…», comentou ainda o treinador, ciente da dificuldade que representa obter este tipo de resultados, com regularidade. E se, caso o Sporting alcançasse nova presença em finais, o adversário fosse o Benfica, numa final 100% portuguesa? «Para já era bom, porque era sinal de que tinha ultrapassado o Barcelona e chegado à final mais uma vez», admite, prático, o treinador sportinguista.

No entanto, Nuno Dias optou por não seguir o caminho politicamente correto e, apesar de admitir que seria benéfico para o futsal português, essa não é uma situação que mereça atenção especial para os verdes e brancos. «A nossa preocupação é o Barcelona e chegarmos à final, independentemente de quem vai ser o adversário. Sei que querem que diga que para o futsal português seria muito bom e eu também considero que sim mas, desculpem-me ser egoísta, o mais importante é o Sporting ganhar», desvendou, com clareza.

O momento da época é decisivo e Nuno Dias deteta na equipa o que lhe parece mais importante: que esta «está focada e habituada a estes palcos, decisões e tipo de jogos», apontando ainda para uma preparação minuciosa. «Na semana passada, quando começámos a preparar o jogo com o Fundão, já começámos a preparar algumas coisas para este adversário, já não vamos iniciar hoje. Apesar de ainda termos quatro unidades de treino, senti a equipa como sempre: motivada para jogar este tipo de competições», vincou.

Por fim, o técnico sportinguista considerou que esta final four não possibilita qualquer vantagem dada a inexistência de fator casa, mas torceu o nariz pela elevada distância a que se realiza a prova – entre a Arménia e Portugal e Espanha, de onde se deslocam Sporting, Benfica, Palma e Barcelona, distam mais de 5.000 quilómetros. «Por um lado, existe essa situação de que me fala, que é mais justo; mas podia ser mais justo noutro sítio qualquer que não a Arménia, com todo o respeito que esse país me possa merecer», constatou.

«Mas, seja lá onde for, podia ser noutro sítio qualquer - o mais importante para nós é que o Sporting esteja preparado para na sexta-feira jogar contra o Barcelona, competir e vencer e depois, no domingo, esperar pelo adversário. Acho que é mais justo, mas tirando o Palma, que venceu em casa, o Sporting já venceu em Almaty», recordou, procurando ilustrar que a distância percorrida e o local onde as partidas se disputam serão irrelevantes no momento em que a bola começar a rolar.