Aspetos a melhorar, gestão dos centrais e sofrimento que pode vir aí: tudo o que disse Amorim na conferência

NACIONAL13.09.202423:59

Treinador deixou notas sobre o futuro e falou dos jogos de maior dificuldade que o Sporting vai ter de saber gerir; vai esperar pelo desenrolar dos campeonatos para ir 'roubando' umas ideias e enriquecer o modelo da equipa

Sexta-feira 13 foi de sorte para o Sporting. Perguntava se era este resultado que esperava depois da paragem, mais uma vitória, e sem sofrer golos?

- Isso é bom. Não deixámos o adversário criar muitas oportunidades. O primeiro minuto do jogo e o primeiro minuto da segunda parte são momentos cruciais que podiam mudar o jogo, que podiam complicar as coisas e nós temos que ser melhores nessas alturas, porque no decorrer do jogo controlamos bem o que são os movimentos dos adversários. Fomos corajosos em ir pressionar o adversário muito em cima, porque também temos essa capacidade. As alterações fazem parte, agora com o desenrolar do campeonato com vários jogos vai acontecer isso, os jogadores que chegaram em cima da hora, o Ousmane nem treinou, e portanto se já fazíamos isto o ano passado, este ano continua tudo igual. Quem está treina e é muito importante todos estarem focados, temos que ganhar todos os jogos, temos que ganhar todos os pontos e os jogadores que vêm da seleção e chegam aqui e não fazem trabalho tático quase nenhum, não têm tempo para acalmar, para assentar, às vezes é melhor não pô-los a jogar, porque também temos soluções para isso. Se não tivéssemos não faríamos, mas temos soluções, todos estão aptos para jogar e fizeram um jogo bastante competente.

Cinco jogos, cinco vitórias e liderança isolada. Mesmo assim o Rúben Amorim diz que o Sporting tem muito aspetos a melhorar. Que aspetos são esses?

- Falando das duas oportunidades que o Arouca teve nas duas partes, na primeira e na segunda, há jogos diferentes durante o campeonato, acho que estamos mais seguros, temos outra capacidade de ter a bola, pelas características dos defesas, de sermos mais pressionantes e isso ajuda-nos a dominar os jogos. Mas haverá alturas em que a capacidade física dos adversários será igual à nossa. Temos que melhorar em muitos aspetos, olhando, por exemplo, para o jogo do FC Porto, tivemos muitas dificuldades na construção nos primeiros 15 minutos, toda a gente viu, a saída de bola, perdemos a bola às vezes na saída de bola. Se calhar, se os jogadores do Arouca tivessem mais inspirados, houve perdas de bola ali, poderiam nos ter causado problemas, mas esses pormenores contam sempre quando vamos enfrentar equipas da Liga dos Campeões e aí vamos ficar mais expostos aos nossos erros, à nossa linha que às vezes não está sempre certa e nem sempre vamos ter muitas oportunidades. Olhamos para este jogo e vemos que muitas vezes o Trincão e o Pote carregar em cima da defesa, acho que podemos ser melhores e definir melhor, tivemos muitas transições também com bolas batidas no Gyokeres, a chegar com muita gente mas a definir mal. Acho que, expostos a jogos mais exigentes, vamos sofrer um bocadinho.

- É notória a evolução do modelo do Sporting. Sente que essa evolução tem melhorado a componente ofensiva da equipa?

- Acho que até é um bocadinho mais defensivamente, ofensivamente também, obviamente, temos que melhorar em certos aspetos, mas neste tipo de jogos de blocos baixos, acho que estamos muito melhores. Também porque temos jogadores mais fortes nos corredores e antigamente os adversários não tinham pressa muito grande de chegar lá, fechavam-se sempre no meio, porque sabiam que os jogadores mais perigosos num para um não estavam fora e agora estão. As equipas técnicas melhoram, a ideia de jogo cresce, nós pensamos em outras coisas, mas o que melhorou foi a qualidade dos jogadores. E a verdade é que o Trincão joga numa posição perfeita para ele porque ele não é bem um ala de linha, não é bem o número 10, é alguma coisa entre aquilo. E está perfeito ali, com a capacidade com que ele vira e carrega para cima. Quantas vezes o Arouca conseguiu trocar a bola, empurrar-nos um bocadinho para trás e nós lançávamos o Viktor? Foi mais um problema para o Arouca. Portanto, eu digo que, obviamente, a equipa está mais forte, está mais velha, digamos assim. A nossa ideia vai maturando, mas o principal ponto é a qualidade dos jogadores que aumentou.

- Estava à espera de uma marcação tão cerrada de Loum ao Gyokeres?

- Era o jogador que estava naquele espaço e se vocês virem nas três primeiras jogadas que a bola vai para o Viktor, são os três centrais que apanham o Viktor. Uma vez o central do lado esquerdo, o Loum e o Chico Lamba e as três vezes foram muito agressivos. Eu acho que a ideia era o Viktor não poder virar-se. Se ele vira, já não se consegue apanhá-lo e notou-se aí uma certa agressividade. Temos muitas horas a trabalhar neste sistema. Portanto, não diria que foi uma marcação homem a homem. Foi uma marcação forte de todos os jogadores no Viktor, como tem de ser.

- O que pretende trazer de novo esta época ao Sporting?

- Para já, é esperar um bocadinho que os outros campeonatos se desenvolvam para nós roubarmos ideias (risos). Essa é a melhor maneira de fazer crescer a nossa equipa. Há certas situações que acontecem que são o que os jogadores fazem no treino e nós vimos no treino e começamos a adaptar as coisas pelas características. Nós tínhamos a ideia de fazer a entrada a quatro, com o médio para quebrar, às vezes, aquela pressão de três para três que nos dificultava muito a construção, mas geralmente era o médio defensivo. Mas o Morita, como é muito esperto, começou a ser o médio ofensivo e também o médio principal na construção, digamos assim. Essas coisas não fomos nós que inventámos. Foram eles que durante o treino e nos jogos inventaram e nós pegámos nisso. Portanto, a ideia passa muito por ver as melhores equipas, as outras ligas, roubar ideias e depois meter na nossa equipa.

- Olhando para o trio de centrais utilizado, o Debast jogou pela direita contra o Arouca e pela Bélgica na esquerda. Como faz a gestão dessa escolha e dos centrais?

Tem a ver com as características deles mas, neste aspeto, o Matheus Reis treinou sempre connosco. O Nuno Santos também treinou muito bem e mantivemos a dinâmica. Depois, o Inácio foi o que veio mais cedo. Fez também o treino a central do meio. O Inácio tem uma grande mobilidade e nós pensámos que o Henrique Araújo, hoje, ia jogar. O Inácio é, se calhar, o mais rápido a controlar a profundidade. O Zeno [Debast] é muito forte com a bola. Vocês viram, tecnicamente, tudo muito limpo. É muito rápido. Tem alguns problemas nos duelos. Como jogamos muito subidos e vamos buscar os adversários, como vocês viram, no meio-campo ofensivo, ele não sofre tanto porque tem mobilidade e é inteligente. Portanto, é essa gestão que nós vamos fazer. O Ousmane nem treinou uma vez porque perdeu a ligação aérea e veio diretamente para o Porto. O Quaresma fez um jogo há três dias pela seleção e, portanto, vamos fazendo isso. A frescura, a ideia que temos para o jogo e, depois, quem treina melhor joga.

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