Artur Jorge vai lidar com Botafogo em stress pós-traumático
Artur Jorge

Artur Jorge vai lidar com Botafogo em stress pós-traumático

INTERNACIONAL30.03.202416:10

Depois do Brasileirão 2023, um treinador do Alvinegro terá de ser, primeiro, psicólogo. «Mas com 24 milhões de euros investidos em 2024, há ambição», diz repórter que segue o clube

Artur Jorge vai lidar com um Botafogo ainda em stress pós-traumático, após a queda vertiginosa e repentina no Brasileirão 2023 que resultou no título do Palmeiras. Mas já a pensar num 2024 melhor, com a presença na Taça dos Libertadores garantida e 130 milhões de reais, cerca de 24 milhões de euros, investidos numa equipa capaz, finalmente, de ganhar troféus relevantes.  

Luiz Henrique, por exemplo, trocou o Betis pelo Fogão, por incríveis (para a realidade local) 16 milhões de euros, que podem chegar a 20, batendo a concorrência do clube mais rico do país, o Flamengo, e do berço do jogador, o Fluminense. Chegou ainda Jeffinho, cedido pelo Lyon, clube que, como o Botafogo, é propriedade de John Textor, empresário norte-americano que tentou comprar o Benfica e é dono de um conglomerado de clubes. E a meio do ano chega o internacional brasileiro Allan.

«O Botafogo que Artur Jorge pegará já é bem diferente do Botafogo que começou terminou 2023 e começou 2024, marcado por perder de forma traumática o Brasileirão. Houve sim um baque dentro e fora de campo, com alguns jogadores – como Marlon Freitas e Marçal – sendo criticados pela torcida desde o início da época, mas isso parece estar a ser superado a cada partida», diz Sérgio Santana, repórter que cobre Botafogo para o site GE.

Artur Jorge vai, ainda, beneficiar-se do trabalho de «terraplanagem» do interino Fábio Matias, após consulados conturbados de Tiago Nunes, Lúcio Flávio e Bruno Lage. «Matias trouxe um dos melhores momentos do plantel de volta, com um futebol mais vertical e objetivo. O ponto alto foi a classificação para a fase de grupos eliminando o Bragantino, adversário mais difícil daquela fase da competição», prossegue o jornalista.

«E após a decepção no Brasileirão, o Botafogo não foi mesquinho no mercado», sublinha. Além dos reforços citados, a equipa segurou Tiquinho Soares – «o melhor jogador da equipa no ano passado», segundo Santana – e Júnior Santos – «que está em fase fenomenal em 2024». «E ainda tem Savarino como opção para um ataque recheado, o meio-campo também conta com várias opções, por isso, a principal dor de cabeça é a defesa».

«Depois de perder Adryelson-Cuesta, dupla titular do ano passado, o clube apostou em Lucas Halter-Alexander Barboza, o primeiro ex-Goiás, ainda com dificuldade de adaptação, e o segundo ex-Libertad, do Paraguai, que começou bem». Tudo somado – o trauma de 2023 e o reforço generoso do plantel – de Artur Jorge espera-se um troféu. «Textor respeita muito o trabalho dos treinadores e pensa a médio prazo mas agora quer resultados imediatos».