Armando Evangelista: «Aceito a troca de ideias de bom grado, mas imposições não»
Armando Evangelista deixou o Góias após somar 7 vitórias em 27 jogos. Foto: IMAGO
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Armando Evangelista: «Aceito a troca de ideias de bom grado, mas imposições não»

INTERNACIONAL28.11.202300:20

Treinador português revela tentativa de interferência nas suas decisões táticas e mostra-se surpreendido com a demissão; Após experiência no Goiás, não descarta nova aventura no Brasil

Duas semanas após o despedimento, Armando Evangelista concedeu uma entrevista à Rádio Bandeirantes, do Brasil, na qual explicou os motivos da sua saída do comando técnico do Goiás.

«Quando somos contratados para desempenhar determinado papel dentro de um clube, é porque quem contrata acredita naquilo que fazemos. Se nos contratam, é para tomarmos decisões. É importante que haja conversa, troca de opiniões ou pontos de vista divergentes. Mas é óbvio que a última decisão tem que ser sempre minha. Aceito a troca de ideias de bom grado, mas imposições não. Quem se quer impor, tem que se assumir, ir para a frente da equip.», vincou o técnico português, sobre o fim da experiência no atual 18.º classificado do Brasileirão.  

Armando Evangelista abordou ainda as dificuldades sentidas no clube brasileiro e reconheceu que, apesar das necessidades para «profissionalizar o clube», a sua equipa técnica conseguiu tornar a equipa «mais competitiva»: « Entrámos com o campeonato em andamento, não tivemos possibilidade de escolher o plantel. No mercado de agosto tentou-se ajustar, de alguma forma, e colocar a equipa o mais competitiva possível. A verdade é que, mesmo em termos de contratações, houve divergências. Não conseguimos contratar quem pretendíamos e aquilo que nos fez acreditar nesse projeto quando fomos para o Goiás. Esse foi um dos primeiros obstáculos que encontrámos. Depois, era preciso profissionalizar o clube, criando alguns departamentos, como o scouting. O Goiás, se não consegue contratar jogadores feitos e de valia, tem que ser o primeiro a chegar àqueles que estão a despontar. Era algo que estávamos à procura de fazer. A minha equipa técnica tornou a equipa mais competitiva, ganhando mais robustez defensiva, mas faltava algo e isso nunca foi conseguido, acima de tudo por problemas financeiros. Faltava algo e isso nunca foi conseguido, acima de tudo por problemas financeiros», disse o técnico de 50 anos, que se mostrou surpreendido com a saída: «Estava convencido que toda a gente tinha percebido qual era o projeto, qual era a ideia, mesmo em termos de direção. Inclusivamente já tinha tido abordagens para poder continuar, para renovar o meu contrato.»

Por fim, o ex-técnico do Arouca abordou o seu futuro profissional e não descartou a continuidade no Brasil: «Têm existido algumas abordagens. Por uma questão de respeito, não vou dizer de onde são. Essas abordagens necessitam de análise, para saber qual o melhor passo. Agora, uma coisa é certa, penso voltar ao Brasil.»