André Villas-Boas justifica porque abandonou AG do FC Porto
Antigo treinador e putativo candidato à presidência dos dragões lamentou os acontecimentos decorridos na noite passada no Dragão, considerando que os associados do clube se viram impossibilitados de expressar a sua opinião
Na noite da véspera, André Villas-Boas marcou presença na Assembleia-Geral do FC Porto, que ficou marcada por confrontos e controvérsia e na manhã seguinte já se encontrava em Lisboa para participar, enquanto orador convidado, numa palestra no fórum WebSummit. Após a sua intervenção, o treinador e putativo candidato à presidência do clube azul-e-branco explicou o motivo que o levou a deixar a reunião magna ainda antes da suspensão da mesma.
«Sei que há legitimidade e quórum para que a proposta (ndr: de alteração de estatutos) seja apresentada aos sócios. Agora, será que ela deve persistir no tempo? A partir do momento em que uma Assembleia-Geral está marcada para uma sala que leva 300 pessoas e estão outras 4.000 a fazer fila lá fora para entrar e de repente mudamos para uma Dragão Arena, como se quer que o presidente da Mesa da Assembleia-Geral faça a contagem daqueles sócios? Foi precisamente aí que decidi sair», justificou Villas-Boas.
O antigo treinador dos dragões considerou, também, que a liberdade de expressão de alguns associados foi negada, criticando profundamente o sucedido.
«Os sócios do FC Porto moveram-se ontem em massa porque querem expressar os sentimentos e foi-lhes impedido o direito de se expressarem livremente e em segurança. Portanto, esta será uma Assembleia-Geral Extraordinária que está marcada para o dia 20 e não poderá decorrer como esta decorreu», expressou, com preocupação.
André Vilas-Boas considerou, por fim, que o debate livre dos associados do FC Porto sobre os diversos domínios do clube se tornou mais importante que a possível confirmação da sua candidatura à presidência dos dragões - que, ainda assim, considerou ser uma mera formalidade...
«Para mim, já não se torna um tema de anúncio ou não de candidatura, falo enquanto associado do FC Porto confrontado com as coisas que vi ontem e as imagens de um associado de 19 anos a chorar desalmadamente, fora as agressões que todos vimos e presenciámos», recordou, triste com o sucedido.