Análise: Desempenho com ‘pequenos’ explica liderança das águias

Benfica Análise: Desempenho com ‘pequenos’ explica liderança das águias

NACIONAL05.04.202319:10

A Liga regressou no último fim de semana depois da paragem motivada pelos compromissos das seleções e até ao seu final, marcado para 28 de maio, não haverá lugar a mais interrupções. E para dar início ao derradeiro quarto da prova - faltam disputar oito jornadas - que melhor prato poderia ser servido aos adeptos do que o clássico de sexta-feira na Luz que até poderá resolver, quase de vez, a questão do título?


Tendo em vista o que falta disputar aos principais pretendentes (e aqui incluímos os quatro primeiros que, matematicamente, ainda poderão sonhar) - Benfica vai ter que enfrentar os três principais rivais enquanto FC Porto, SC Braga e Sporting defrontarão, para lá do duelo com os encarnados, sete outras equipas -, há uma questão recorrente que sempre surge: o que é mais decisivo para se sagrar campeão numa Liga tão assimétrica como a portuguesa, ou seja, importa mais triunfar nos confrontos diretos entre candidatos ou, pelo contrário, são os pontos perdidos frente às equipas mais acessíveis que acabam por ditar a ordenação final?


Ora esta época, e tendo em vista o verificado nas 26 jornadas já realizadas, há significativas diferenças no desempenho entre si e que explicam muito da atual ordem classificativa. E tudo parece indicar que poderão mesmo ser os jogos que os quatro grandes realizaram com as restantes 14 equipas que serão decisivos para atribuir o título. É que a posição privilegiada do Benfica à entrada para o último quarto do campeonato - 10 pontos de vantagem sobre o FC Porto - explica-se exclusivamente pelo facto das águias terem cedido apenas dois pontos nos 23 jogos que realizaram diante das equipas ditas ‘pequenas’ (empate em Guimarães à 8.ª jornada), registo intratável, até pouco habitual e claramente superior ao dos outros candidatos. Nestes duelos os dragões desperdiçaram precisamente mais 10 pontos - exatamente a distância que os separa da liderança - com a equipa de Sérgio Conceição a ceder um total de 12 nas derrotas frente a Rio Ave e Gil Vicente e nas igualdades com Casa Pia, Estoril e Santa Clara.


Curiosamente, nos duelos com os restantes 14 emblemas, o SC Braga até tem melhor registo que os portistas - apenas perdeu nove pontos (derrotas caseiras com Chaves, a equipa que mais pontos roubou até agora aos grandes do futebol nacional, e Casa Pia e fora com o V. Guimarães) - e este comportamento traduz-se nos pontos que tem de vantagem sobre o Sporting, pois os leões, para lá do jogo  de hoje em atraso com o Gil Vicente em Barcelos, concederam 12 pontos nos jogos com equipas colocadas mais abaixo na tabela - neste capítulo igualam o desempenho do FC Porto na prova - ao perderem frente a Chaves, Boavista, Arouca e Marítimo.
Olhando agora para os confrontos diretos entre si - já foram realizados nove dos 12 duelos, faltando o Benfica defrontar os seus três rivais nesta reta final (FC Porto e SC Braga na Luz, Sporting em Alvalade) - os dragões até têm tido um desempenho superior ao das águias, tendo conquistado 11 pontos e desperdiçado cinco. Nas cinco partidas frente aos principais rivais, o FC Porto derrotou o Sporting nos jogos das duas voltas, bateu os bracarenses no Dragão e empatou na pedreira, apenas arruinando o seu registo ao ser derrotado em casa pelo Benfica. A equipa de Roger Schmidt perdeu os mesmos pontos (cinco, pela derrota em Braga e empate caseiro com o Sporting), mas apenas realizou metade dos seis duelos incluídos na Liga. Já bracarenses e leões perderam mais que ganharam nos confrontos com os seus parceiros de topo, tendo exatamente o mesmo registo pontual.


Ou seja, apesar de ainda ir correr muita água sob as pontes até 28 de maio, é a clara superioridade nos duelos com equipas fora dos quatro grandes que permite ao Benfica ocupar destacado o topo da Liga. E como será até ao final? Aceitam-se apostas a começar já no duelo de iguais com o dragão em Sexta-feira Santa…