Alemanha-Dinamarca: posse e solidez defrontam-se a doer
Alemães, a jogar em casa, lutam por seguir em frente (IMAGO)
Foto: IMAGO

Antevisão Alemanha-Dinamarca: posse e solidez defrontam-se a doer

Vizinhos defrontam-se, com um a jogar em casa. Esperanças ao rubro em jogo já decisivo, que, devido às condições atmosféricas, até está em risco...

Passada a fase de grupos, Alemanha e Dinamarca entram em campo a doer. Todos são importantes, mas aqui, é ganhar ou ir para (ou, no caso alemão, ficar em) casa. Começam os oitavos de final do Euro 2024... se o jogo se realizar...

Fase de grupos: Alemanha a (bom) gosto, Dinamarca q.b.

Passagens distintas em grupos também bastante diferentes tiveram alemães e dinamarqueses na ronda anterior da prova. A Mannschaft, que apanhou a Escócia (5-1), a Hungria (2-0) e a Suíça (1-1), somou sete pontos em nove possíveis. Foi líder do grupo A e mostrou-se como uma das mais capazes equipas deste torneio. Contra a Suíça, já com a passagem assegurada, os comandados de Julian Nagelsmann não foram tão dominantes e acutilantes como anteriormente, mas jogadores como Musiala, Gundogan ou Kroos continuam, no meio-campo, a ser vistos como indiscutíveis.

Por seu turno, a turma dinamarquesa de Kasper Hjulmand (selecionador, não confundir com Morten Hjulmand, jogador do Sporting que, por acumulação de amarelos, vai falhar esta partida) venceu... mas não convenceu propriamente. É certo que tem bons argumentos, que mostrou a espaços - contra Inglaterra e Eslovénia, sobretudo - mas, se não tem tido lacunas defensivas, também mostra algumas dificuldades no ataque. Empatou os três jogos da fase de grupos: 1-1 com Eslovénia e Inglaterra e 0-0 com a Sérvia, o que valeu passagem em segundo lugar.

Alemanha: no meio está a virtude

Esta Alemanha tem-se apresentado num 4x2x3x1 que está a dar bons resultados. Além dos poucos golos sofridos, tem uma média de 69% de posse de bola, a maior de toda a prova. Marca muito, apesar de Kai Havertz a avançado não estar a ter efeitos particularmente intensos - que podem valer a titularidade a Fullkrug, que, vindo do banco, faturou em duas ocasiões - mas o meio-campo mostra-se completo: Andrich, é o 'destruidor', ao lado de Kroos, o jogador com mais eficácia de passe do Europeu (95%).

Toni Kroos é pródigo na 'arte de bem passar' (IMAGO)

À frente, está Gundogan, que continua decisivo no momento de definir e executar, e que é ladeado por dois jovens prodígios da criatividade: Florian Wirtz é um problema, sobretudo no 1 para 1, mesmo que, depois do primeiro jogo, não tenha mostrado o nível a que habituou na época do Leverkusen, e Jamal Musiala é, porventura, o melhor da Mannschaft até ao momento: a sua imprevisibilidade, aliada à veia goleadora que tem mostrado, é um perigo em todos os momentos. E ainda só tem 21 anos...

Onze provável (4x2x3x1): Neuer; Kimmich, Rudiger, Schlotterbeck e Mittelstadt; Andrich e Kroos; Gundogan, Musiala e Wirtz; Fullkrug.

A figura: Jamal Musiala

Podia ser Gundogan, podia ser Kroos, mas as suas características com a bola, sobretudo contra uma seleção que povoa muito o centro do terreno, podem e vão, certamente, fazer a diferença.

O que disse Julian Nagelsmann:

Julian Nagelsmann, treinador da Alemanha (IMAGO)

«A Dinamarca é muito organizada, pode variar entre pressão alta, jogo físico ou baixar o bloco. Têm fases em que defendem de forma mais agressiva. Têm uma estrutura clara e são fortes fisicamente. Vão ser um adversário difícil. Quanto a Fullkrug, pode ser titular ou dar energia a partir do banco. Já tomei a minha decisão, mas não vos vou dizer...»

Dinamarca: solidez é palavra-chave

Dois golos sofridos em apenas três jogos - um deles, contra a Inglaterra, sendo que o golo de Kane surgiu de erro infantil de Kristiansen - são sinal claro de que a equipa dinamarquesa tem, nas suas figuras defensivas, as grandes referências. Vestergaard, Christensen e Andersen são as grandes figuras do eixo mais recuado, com o benfiquista Bah e o sportiguista Hjulmand, que não vai jogar devido a castigo, a mostrarem-se em bom nível, na ala direita e no meio-campo, respetivamente.

Hjulmand e Bah lado a lado antes da partida da Dinamarca com a Eslovénia (IMAGO)

Na frente, apesar dos esforços do criativo Eriksen, que até está em risco, é que está o problema. Rasmus Hojlund tarda em aparecer e Jonas Wind não faz a diferença e pode mesmo perder a titularidade para Poulsen. Damsgaard, que pode ter papel mais criativo, também tarda em explodir na seleção da Dinamarca. Ao contrário do que aconteceu na fase de grupos, empatar não leva a lado nenhum. No final, a Dinamarca ou passa... ou não.

Onze provável (3x4x1x2): Schmeichel; Andersen, Vestergaard e Christensen; Bah, Norgaard, Hojbjerg e Kristiansen; Eriksen; Hojlund e Poulsen.

A figura: Christian Eriksen

Marcou o primeiro golo da Dinamarca no Euro e, se fosse por ele, não teriam sido só dois. Continua em grande forma e, resguardado por dois médios de combate, consegue brilhar. Sempre que a bola lhe chega aos pés, pode haver perigo e, se os dinamarqueses não contarem com ele, vão estar mais longe dos quartos de final.

O que disse Kasper Hjulmand:

Kasper Hjulmand, selecionador da Dinamarca (IMAGO)

A Alemanha é uma das favoritas e é uma pena jogarem connosco. Têm qualidade e mostraram-se em grande nível nas primeiras partidas. Mas nós também temos uma grande equipa e eles vão ter de ser muito, muito bons para nos vencer. O Eriksen teve problemas de estômago, mas estou confiante que vá jogar. O Delaney também, mas a sua recuperação está mais demorada, mas temos plano B para tudo.

O pontapé de saída é às 21 horas locais, menos uma em Portugal Continental, no BVB Stadion, em Dortmund. Michael Oliver, árbitro inglês, vai ser o juiz desta partida.