Um leão contra três nem sempre é sinal de derrota (crónica)
Morten Hjulmand, médio do Sporting, marcou o golo dos nórdicos. Foto IMAGO / Ulmer/Teamfoto

Dinamarca-Inglaterra, 1-1 Um leão contra três nem sempre é sinal de derrota (crónica)

INTERNACIONAL20.06.202419:43

Golo do sportinguista Hjulmand foi o melhor momento de um jogo fraco; espera-se muito mais de um candidato como a Inglaterra

Um disparo a 114 km/h de Morten Hjulmand foi o ponto alto de um jogo que não deixará saudades ao público que gosta de futebol e espera mais, principalmente de uma Inglaterra que se apresenta na Alemanha como candidata ao título.

O golo do médio do Sporting, num remate fora da área, apesar de apontado ainda aos 34’, tornou-se numa espécie de ponto final, sem que muito pouco significativo ocorresse a partir daí, fosse porque os britânicos não quiseram arriscar mais, fosse por incapacidade dos dinamarqueses de alcançar uma reviravolta que também não mereciam.

Começou melhor a Inglaterra, com algumas iniciativas individuais de Phil Foden e uma capacidade de pressão de Declan Rice que convidava ao atrevimento de Tren Alexander-Arnold, mas a utilização do lateral-que-já-não-é lateral naquela função híbrida também testada com João Cancelo por Roberto Martínez não trouxe efeitos e poucas vezes  o vice-campeão da Europa em 2021 conseguiu criar situações de um para um nas alas.

Quando o fez, no entanto, teve a sorte a seu lado: Kristiansen, o lateral-esquerdo de uma Dinamarca sem Bah a titular e a jogar com uma linha de cinco no setor defensivo, teve um erro de perceção de espaço de principiante, deixando Kyle Walker roubar-lhe a bola, progredir pela área e oferecer, com um ressalto pelo meio, o 1-0 a Harry Kane.

Com um estádio maioritariamente a torcer pela equipa dos três leões, o golo do avançado do Bayern e a confiança que poderia daí advir, tudo correu, porém, ao contrário para os ingleses, que à primeira ameaça junto à sua área deram sinais de intranquilidade e alimentaram a esperança dos nórdicos, energicamente apoiados por uma mancha de mais de 20 mil pessoas que viriam a gritar com o golo de Hjulmand, concluindo jogada de passes e triangulações para quebrar linhas de pressão e criar superioridade numérica.

O_benfiquista Bah ainda teve hipótese de desbloquear o encontro aos 83’, mas foi lento e permitiu a antecipação do adversário. No fundo, o espelho de um jogo fraco, feito de muitos erros e poucas virtudes. Por ter sido excecional no sentido de ter sido um momento único, há que emoldurar aquele pontapé do leão da Dinamarca que mantém tudo em aberto no grupo.