A conferência do treinador do Benfica na íntegra
Roger Schmidt (GRAFISLAB)

Benfica-Casa Pia, 3-0 A conferência do treinador do Benfica na íntegra

NACIONAL18.08.202400:18

Roger Schmidt satisfeito com o resultado, mas não tanto com os assobios e com a ideia de que a equipa que terminou o jogo deveria ter sido a titular

— Como analisa esta partida? — Cada vitória é importante para nós, por isso a resposta será igual a época toda. Penso que o jogo foi muito bom, fizemos um jogo muito bom. Foi preciso paciência para marcar o primeiro golo. Tivemos algumas oportunidades na primeira parte. Tivemos de colocá-los sob pressão, forçar alguns erros e, a dada altura, marcámos o primeiro golo e conseguimos decidir o jogo de uma forma positiva. Estou muito contente com a prestação dos jogadores, com o futebol que apresentámos, e também com o lado mental. Nunca é fácil quando perdes o primeiro jogo da época, especialmente no Benfica. Há muita pressão sobre os jogadores, mas tiveram uma grande atitude.

— Tinha dito após o jogo com o Famalicão que o Benfica estava sob pressão, agora que venceu o jogo com o Casa Pia o Benfica já não está sob pressão?

 — [risos] Boa pergunta. Não… quando temos objetivos ambiciosos como nós, quando as expectativas são elevadas, e no Benfica são sempre, há sempre muita pressão, mas também muita motivação. Sabemos a nossa qualidade, sabemos o que é preciso para conquistar títulos, e sabemos que podemos consegui-lo. Estamos mais focados nisso. Temos de mostrar mentalidade, estarmos focados em jogar futebol, durante 90 minutos, mesmo nos momentos difíceis. Já tivemos momentos difíceis, e fomos sempre capazes de mostrar uma boa reação. Temos muitos jogadores novos, é preciso criar algo novo no nosso estilo de jogo, pois temos jogadores de características diferentes, mas a pressão vai estar presente até ao último jogo da época.

— Voltou a ser assobiado. Na época passada afirmou que sairia pelo próprio pé se não o quisessem no clube.

— Então quer que eu vá embora? A época passa foi a época passada, e esta época é esta época. As expectativas são sempre elevadas aqui no Benfica. Mesmo quando estamos a jogar bem, mas não marcamos, há pessoas insatisfeitas. Nestes momentos temos de mostrar atitude, personalidade, carácter. Temos de acreditar no que fazemos. Foi o que fizemos hoje. Depois do jogo toda a gente está contente: os adeptos, os treinadores estão contentes, o presidente está contente, até o Ricardo [diretor de comunicação] está contente. O nosso trabalho é esse: ficarmos calmos e focados no mais importante, que é jogar bom futebol.

— Sente que a equipa poderia ter começado o jogo com os jogadores que terminaram?

— Penso que o onze foi top, tal como na semana passada, e as substituições também. Faz parte do jogo, ter opções diferentes e decidir o onze inicial. Os jogadores que alinharam hoje estão em condição muito boa, fizeram toda a pré-época e estão fisicamente no top. Alguns jogadores precisam de mais treinos, mais semanas, para atingir uma boa condição física. Não marcámos nos primeiros 60 minutos e então parece que o onze foi um erro, mas eu vejo de forma diferente. Sei um bocadinho sobre futebol. Por vezes é preciso paciência. Falhas algumas oportunidades e tens de usar as opções no banco. Precisávamos de mais presença na área, um jogo mais imprevisível, com mais velocidade, e mais criatividade a partir de posições recuadas. Temos de adequar sempre para ganhar em 90 minutos. Não significa que o onze tenha sido um erro e que os jogadores que entraram deveriam ter sido titulares. Fico feliz que as alterações tenham sido boas, pois foi importante, não estávamos a marcar. É um bom sinal para a equipa, a atitude dos jogadores que entraram.

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