A análise de Duarte Gomes à arbitragem do Moreirense-Sporting
Trabalho globalmente bem conseguido
Fábio Veríssimo viajou até Moreira de Cónegos para dirigir o Moreirense-Sporting, que se disputou no Parque Desportivo Comendador Joaquim de Almeida Freitas. O internacional da AF Leiria recebeu o auxílio à distância do portuense Fábio Melo, que desempenhou a função e vídeo árbitro.
Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:
3' Golo inaugural do Sporting, na sequência de pontapé de canto executado à direita do ataque da equipa lisboeta. A bola ressaltou inesperadamente para o braço esquerdo de Frimpong e daí para Morita, que foi o último a tocá-la antes de ela entrar na baliza de Kewin. Lance bem validado pela equipa de arbitragem.
23' Quando Pedro Gonçalo finalizou com sucesso, Gyokeres estava no centro da área e junto a vários adversários (inclusive do guarda-redes do Moreirense), mas em posição legal, legitimada por Dinis Pinto. Foi bem validado o segundo golo da equipa de Alvalade.
30' Lance que nos deixou algumas dúvidas, mas em que a falta de melhores imagens/ângulos e a convicção com que Fábio Veríssimo o analisou, levam-nos a aceitar como boa a decisão do leiriense em nada assinalar: Maracas, nas costas de Gyokeres (e dentro da sua área) "despiu" parcialmente a camisola do sueco, fruto de marcação demasiado apertada. Também é verdade que o avançado do Sporting fez posição firme, com pés bem assentes no solo, impedindo de algum modo o adversário de chegar à bola.
34' Morita levantou o pé para disputar a bola com Gonçalo Franco, que ficou queixoso depois da dividida. O árbitro leiriense puniu o lance com pontapé livre indireto (levantou o braço na vertical a indicá-lo) e fez bem: é que não houve contacto físico promovido pelo médio japonês. Caso isso tivesse acontecido, a infração teria que ser sancionada com pontapé livre direto.
42' Um dos poucos erros de Fábio Veríssimo ao longo de toda a partida: a abordagem de Morita à dividida com Franco foi francamente negligente. O médio do Sporting entrou em carrinho deslizante, com alguma velocidade e sola/pitons à frente, tocando de raspão na perna do adversário. Na sequência, ainda o derrubou a dois pés de forma clara. Neste caso, o facto de também ter tocado na bola não o iliba da infração cometida. O árbitro não teve esse perceção, mas houve mesmo falta, que era passível de cartão amarelo.
45+2' Ao saltar à bola com Gonçalo Inácio (mas antes daquela chegar à zona de disputa aérea), Marcelo colocou o braço esquerdo sobre as costas/ombro do central, carregando-o de forma irregular. A infração, que passou despercebida em campo, ocorreu fora da área do Moreirense. Ficou por assinalar pontapé livre direto favorável à equipa visitante.
47' Golo bem anulado ao Sporting: no momento do remate de Pedro Gonçalves (defendido para a frente por Kewin), Francisco Trincão, que fez a recarga bem sucedida, estava claramente adiantado, tirando partido direto disso. Esteve bem o árbitro assistente, em decisão fácil mas relevante no jogo.
57' Nuno Santos sorriu quando foi advertido, provavelmente em desacordo com a opção do árbitro de Leiria. De facto, a carga que o lateral cometeu nas costas de Madson foi algo desnecessária e até intempestiva, mas não pareceu negligente. A decisão disciplinar foi excessiva.
62' Bola cruzada da esquerda foi desviada pelo braço esquerdo de Hjulmand, que nesse momento já estava a ser empurrado e agarrado por Maracas (que apareceu nas suas costas). O árbitro desvalorizou as duas situações e, na prática, fez bem. A ter que sancionar alguma, seria sempre a primeira: a falta atacante. Boa decisão na área do Sporting.
85' Hjulmand chegou tarde ao lance e acabou por atingir, com evidente negligência, o pé de Luis Asué. A infração, muito clara e dura, justificava cartão amarelo. Fábio Veríssimo não viu o lance dessa maneira, provavelmente por não estar na melhor posição para avaliar.