Quando não há violino, que se toque concertina (crónica)
Equipa das Quinas selou em Andorra a nona vitória em 10 jogos desta fase de qualificação para o Euro-2025. (Foto: FPF)

Andorra-Portugal, 1-2 Quando não há violino, que se toque concertina (crónica)

SELEÇÃO15.10.202421:15

Jovens lusos estiveram longe da categoria habitual, mas conseguiram o… habitual: vencer. Rotação na equipa e bloco (muito) baixo do adversário justificam tarde menos inspirada. Venha de lá esse Euro-2025!

Os instrumentos podem ir variando, mas a música da Seleção Nacional de sub-21 é sempre a mesma e tem um título: ganhar.

Porque, exceção feita ao desaire com a Grécia (1-2) - quase há um ano (20 de novembro de 2023) - foi de vitória em vitória que os comandados de Rui Jorge foram dando espetáculo(s) em várias latitudes geográficas. Ontem, em Andorra, e pese embora um nível exibicional abaixo do que é habitual, Portugal (com um onze totalmente renovado) somou mais três pontos e fechou com chave de ouro uma fase de qualificação em que o principal objetivo, o apuramento para o Euro-2025, que vai realizar-se em junho do próximo ano, na Eslováquia, tinha sido garantido na passada sexta-feira com a vitória frente às Ilhas Faroé (3-1).

Tal como era expectável, o conjunto andorrenho apresentou-se com um bloco baixo que, em grande parte do jogo, conseguiu mesmo ser… muito baixo. É legítimo. As diferenças entre as duas seleções são estratosféricas e essa foi a solução encontrada pelos da casa para tentarem contrariar a enorme supremacia lusitana. O que foi muitas vezes conseguido, reconheça-se. Não só porque a linha defensiva de Andorra comportou, quase sempre, mais de metade da equipa, mas, e acima de tudo, porque Portugal, devido à tal tarde desinspirada (que também afeta as grandes equipas…), poucas vezes encontrou soluções de qualidade para desmontar o último reduto contrário.

E quando o fez… marcou. Aos 17 minutos, João Marques assistiu, Henrique Araújo rematou contra a muralha adversária, mas, ato contínuo, o ponta de lança recarregou com sucesso e abriu o ativo. Até ao intervalo, apenas o mesmo Henrique Araújo e Pedro Santos ousaram ficar perto do segundo, ao passo que Aron Rodrigo foi o autor do único remate dos visitados, que João Carvalho amarrou com segurança.

Na etapa complementar, o ritmo continuou a ser (muito) lento, e a surpresa até esteve perto acontecer: Gerard Sola viu o chapéu sair ligeiramente por cima (49’). Já perto do fim, Fábio Silva, após excelente passe de Quenda, atirou a contar, mas o jogo não terminaria sem o tento de honra dos andorrenhos, da autoria de Alberto Rosas.

Mesmo sem violino, houve concertina.