18 novembro 2023, 20:20
Roberto Martínez: «Ajudar Ronaldo a ser o melhor marcador não é objetivo»
Selecionador garante que quer sobretudo que a equipa jogue bem com e sem bola
Seleção quer colocar a cereja no topo do bolo com inédito pleno de vitórias, que consubstanciará a maior sequência (10) de triunfos da história; a dois golos da qualificação mais goleadora (e com menos golos sofridos)
Dia de fazer história no Estádio José Alvalade! A Seleção Nacional despede-se esta noite, diante da Islândia, da já bem sucedida fase de qualificação para o Campeonato Europeu do próximo ano, na Alemanha, mas, mesmo já tendo a garantia de poder fazer as malas para uma estada nessa fase final que se quererá o mais longa possível, pretende, ainda assim, correr atrás de dois objetivos que, se forem alcançados, serão a cereja no topo do bolo de caminhada sem quaisquer sobressaltos.
A turma de Roberto Martínez não vai jogar a feijões, não senhor, a missão está bem definida e é perfeitamente exequível: está em jogo inédito pleno de vitórias. Portugal corre atrás de apuramento perfeito, quer subir de 9 para 10 (triunfos) a nota final nesta qualificação, sem esbanjar um ponto que seja.
Trata-se, no fundo, e como canta Pedro Abrunhosa, de fazer o que ainda não foi feito. E muito há hoje para fazer.
Umbilicalmente ligado a este primeiro objetivo está um outro, igualmente de contornos históricos, que será automaticamente alcançado se o primeiro for bem sucedido. O triunfo no Liechtenstein elevou para nove o ciclo de triunfos consecutivos sob o comando de Roberto Martínez, que assim igualou registo com... 58 anos!
A última sequência tão expressiva de vitórias seguidas da Seleção Nacional datava de ciclo jogado entre 1965 e 1966, série com cinco jogos particulares e quatro oficiais - todos realizados no histórico Mundial de Inglaterra, no qual os anfitriões impediram os Magriços, com Eusébio da Silva Ferreira à cabeça, de chegarem à final.
58 anos depois, e pela primeira vez na história, a Seleção Nacional pode completar sequência vitoriosa de dois dígitos e, assim, carimbar mais uma nota 10 na pauta desta qualificação.
Assegurar final perfeito é objetivo que só por si ajuda à motivação necessária ao jogo desta noite, alcançar a maior sequência de vitórias da história também, mas, se mais for preciso, a possibilidade de carimbar apuramento para fase final de grande prova com novo máximo de golos ajudará a elevar ainda mais o foco, sobretudo da linha avançada da Seleção, com o voraz apetite de Cristiano Ronaldo pelos golos à cabeça.
Com os dois golos da vitória no Liechtenstein na passada quinta-feira, Portugal passou a perfazer 34 golos neste apuramento e ultrapassou a que era a segunda qualificação mais bem sucedida de sempre nesse particular, os 33 golos que colocaram a turma das quinas na fase final do Campeonato do Mundo de 2002, organizado por Japão e Coreia do Sul.
Há, agora, mais um degrau para subir: os 35 golos apontados na caminhada rumo ao Euro-2006 (que foi feita em doze partidas), curiosamente também realizado em terras germânicas. Bastarão, por isso, dois golos em Alvalade no jogo de mais logo para transformar este apuramento no mais goleador da história lusa, com média que poderá, no mínimo, ficar-se pelos 3,6 golos marcados por partida, e fazendo cair recorde já com 17 anos.
É com golos que os jogos se ganham, mas também é com defesas sólidas que se fica mais perto disso. E Roberto Martínez tem este domingo a oportunidade de fixar mais um dado estatístico inédito.
É que Portugal chega a esta décima e última jornada do grupo J com apenas dois golos sofridos - ambos consentidos diante da Eslováquia, no estádio do Dragão, a 13 de outubro, no jogo que confirmou, precisamente, o apuramento luso para o Euro-2024.
Se esta noite, frente à Islândia, as redes da baliza portuguesa se mantiverem invioladas (na verdade, Portugal até pode sofrer um golo, não mais que isso), será fixado novo mínimo de golos na caminhada para Mundiais/Europeus, com a Seleção a ficar abaixo dos quatro golos que sofreu na qualificação para os Mundiais de Inglaterra (1966), França (1988) e Rússia (2018) e para os Europeus de Suécia (1992) e Holanda e Bélgica (2002) - exclui-se o período até 1962 devido ao reduzido número de jogos que então se realizava.
Pela frente, a Seleção Nacional terá uma já eliminada Islândia, a correr pela camisola e pelo orgulho tendo Cristiano Ronaldo e companhia pela frente, e ainda em risco de terminar a qualificação no quinto lugar do grupo J em caso de resultado negativo em Lisboa esta noite e caso a Bósnia vença na receção à já apurada Eslováquia.
O histórico de confrontos entre as duas equipas é curto e claramente favorável a Portugal. A Seleção Nacional enfrenta a Islândia pela quinta vez e nas quatro anteriores venceu em três ocasiões, com total de dez golos marcados e cinco sofridos.
O primeiro duelo deu-se na qualificação para o Euro-2012, na Polónia e Ucrânia, na era-Paulo Bento. Colocadas no grupo H, as duas equipas defrontaram-se na Islândia no primeiro jogo, a 12 de outubro de 2010, com vitória lusa por 3-1, com golos de Cristiano Ronaldo (3'), Raul Meireles (27') e Hélder Postiga (72').
Quase um ano depois, a 7 de outubro de 2011, novo encontro, agora no estádio do Dragão, e... chuva de golos. Portugal venceu por 5-3, com golos de Nani (13' e 21'), Hélder Postiga (44'), João Moutinho (81') e Eliseu (87'). Foi para o intervalo a vencer por 3-0, mas não ganhou para o susto quando a Islândia, aos 68', chegou ao 3-2, depois de bis de Jónasson. Mas venceu e ficou então a um ponto de carimbar a presença no Europeu, que se concretizou.
Foi preciso esperar quase cinco anos por novo duelo, que teve por cenário o Europeu da glória lusa, o França-2016. Portugal, recorde-se, estreou-se nessa fase final precisamente diante da Islândia, com a qual coabitou no grupo F.
A 14 de junho, a turma das quinas não foi além de empate a uma bola, perante aquela que foi considerada a melhor e mais talentosa geração de futebolistas islandeses. Nani abriu o marcador na primeira parte, aos 31', mas a Islândia respondeu na segunda e fixou o resultado final com golo de Bjarnason aos 50'.
Não foi uma entrada com o pé direito, mas também pouco interessou, porque o desfecho desse Europeu jamais será esquecido e também a Islândia ficou nos livros da história dessa conquista que elevou o futebol português a patamar nunca antes alcançado.
Mais fresco na memória está o jogo de 20 de junho deste ano, já na corrida para o Euro-2024, com o triunfo por 1-0 em Reiquiavique, com golo ao cair do pano, aos 89', do inevitável... Cristiano Ronaldo.
Na antevisão do jogo de logo, o selecionador Roberto Martínez garantiu o regresso de Diogo Costa à baliza, confirmou a aptidão de Raphael Guerreiro para jogar (de início ou a entrar, mas não para fazer os 90') e sobraram incógnitas depois de não ter garantido a titularidade de Cristiano Ronaldo, que até pode fazer dupla com Gonçalo Ramos em Alvalade.
18 novembro 2023, 20:20
Selecionador garante que quer sobretudo que a equipa jogue bem com e sem bola
Onze provável: Diogo Costa; João Cancelo, Rúben Dias, Gonçalo Inácio e Raphael Guerreiro; Bernardo Silva, Bruno Fernandes, João Palhinha e Otávio; Cristiano Ronaldo e Gonçalo Ramos.
A figura: Cristiano Ronaldo. 38 anos, agora com 204 internacionalizações e espantosos 128 golos. E a contagem continua. Aos objetivos coletivos de Portugal para o jogo desta noite em Alvalade junta-se a meta individual perseguida pelo capitão. Divide o trono dos melhores marcadores desta fase de qualificação com o belga Lukaku, ambos com dezena de golos no pecúlio, e quer ficar com o cetro de melhor artilheiro, além de poder bater o próprio recorde de golos em apuramentos, os 11 que apontou na caminhada para o Euro-2020.
Antevisão de Roberto Martínez: «O objetivo mais importante é terminar o apuramento com dez vitórias, para fazermos história. Nos últimos cinco estágios tentámos utilizar o talento individual e contra o Liechtenstein surgiu a oportunidade de experimentarmos usar muitos jogadores de ataque ao mesmo tempo. Pode ser que durante o Euro tenhamos situações de dez ou quinze minutos em que precisemos de algo semelhante. Gostei da disciplina tática e do que vi com tantos jogadores ofensivos. Amanhã será um jogo diferente.»
18 novembro 2023, 20:13
Selecionador diz que tentou testar diante do Liechtenstein uma situação que pode surgir no Euro
Onze provável: Olafsson; Sampsted, Pálsson, Ingason e Finnsson; Hlynsson, Gundmundsson e Traustason; Willumsson, Óskarsson e Sigurdsson.
A figura: Hákon Haraldsson. O médio de 20 anos do Lille de Paulo Fonseca está a emergir como um dos rostos da nova geração do futebol islândês e os números que apresenta nesta fase de qualificação apontam nesse sentido. Esteve em 8 dos 9 jogos desta qualificação (ficou de fora do último, diante da Eslováquia) e é, a par de Finnbogason e Gunnarsson, o melhor marcador da equipa, com três golos, aos quais ainda juntou duas assistências.
A antevisão de Age Hareide: «Jogar contra Portugal, em Portugal, é sempre uma tarefa difícil. É uma das melhores equipas na Europa. Temos de defender bem e ter eficácia no ataque. Pensamos que é possível fazermos algo. É importante para a equipa ganhar confiança e esta é a partida perfeita para isso, contra uma das melhores equipas na Europa.»
18 novembro 2023, 21:01
Age Hareide quer ver islandeses repetir a réplica do jogo de lá; selecionador vê oportunidade para «mostrar qualidade»
O jogo será apitado pelo grego Anastasios Papapetrou, assistido por Tryfon Petropoulose e Iordanis Aptosoglou. Andreas Gamaris é o quarto árbitro. No VAR e AVAR estarão, respetivamente, Evangelos Manouchos e Aristotelis Diamantopoulos.