PORTUGAL-FRANÇA, 0-0 (3-5 G.P.) Os destaques de Portugal: Mendes deu tudo para prolongar legado de CR7

Lateral merecia golo da passagem no prolongamento; Pepe, Palhinha e Vitinha também em destaque; Cristiano Ronaldo abandona Euro sem golos, mas deixa legado enorme

DIOGO COSTA (7)

Não conseguiu repetir o estatuto de salvador da pátria, impotente para travar qualquer remate do desempate por penáltis. Nos 120 minutos acabou por ter um jogo relativamente tranquilo, já que a maior parte dos remates gauleses saíram à figura, respondendo com segurança.

JOÃO CANCELO (7)

Tinha corredor livre para atacar, mas, compreensivelmente, colocou o foco nas tarefas defensivas, já que tinha Mbappé pela frente. Saiu-se muito bem nessa missão e ainda teve fôlego para deixar Bruno Fernandes na cara do golo e tentar a recarga. Pouco depois saiu.

RÚBEN DIAS (7)

Festejou como um golo o corte incrível com que evitou o golo de Kolo Muani, ao minuto 66, e não foi para menos. Foi a única vez em que deu nas vistas, e isso é bom sinal.

PEPE (8)

Incrível como conseguiu, já para lá do minuto 90, arrancar dois cortes absolutamente preponderantes, apesar de todo o esforço acumulado, no jogo e no torneio, aos 41 anos de idade. Não evitou as lágrimas perante a eliminação portuguesa.

JOÃO PALHINHA (8)

Um bom jogo para provar que não é apenas um médio destruidor. Foi fundamental nessa tarefa, e cedo mostrou eficácia a anular transições da seleção gaulesa, mas assumiu também influência na construção, ao dar linha de passe aos centrais e, sobretudo, a variar muito bem o jogo. Saiu após ver o cartão amarelo.

VITINHA (8)

Exibição em crescendo. Demorou a entrar no jogo, talvez a perceber a dinâmica do losango francês, mas depois entrou na alta rotação habitual, sempre a fazer a equipa crescer no jogo em posse. Aparece na área em condições de marcar, após combinação com Leão, mas atirou para defesa de Maignan.

BRUNO FERNANDES (6)

Tentou entrar mais no jogo, ter outra participação na construção, mas não conseguiu, ainda assim, aproximar-se do seu registo. Desta vez até tentou a sorte de longe, e de livre direto também. Vou Maignan negar-lhe um golo na segunda parte. Saiu ao minuto 74, justificadamente.

BERNARDO SILVA (7)

Livre, por fim. Desta vez não ficou agarrado ao flanco direito. Recuou para pegar no jogo, assumiu a construção com Vitinha, e com isso criou dificuldades à organização defensiva francesa. Pena que tenha caído de produção na segunda parte, ainda antes de passar para o lugar de Bruno Fernandes.

CRISTIANO RONALDO (5)

A equipa subiu de rendimento, relativamente aos jogos anteriores, mas o capitão não acompanhou essa evolução. Não conseguiu ligar-se aos colegas, nem tão pouco impor a sua presença na área. Na única ocasião que teve, criada por Francisco Conceição, atirou para as nuvens. Despede-se dos Europeus sem golos, mas deixa um legado que demorará a medir.

RAFAEL LEÃO (6)

A facilidade com que tira adversários da frente, pela mistura entre capacidade técnica e explosão, pede outros dividendos. Teve algumas boas arrancadas, a colocar dificuldades a Koundé, mas raramente geraram situações de perigo. Caiu muito de produção na segunda parte, mas ainda ficou em campo até ao intervalo do prolongamento.

NÉLSON SEMEDO (6)

Rendeu Cancelo na lateral direita e mostrou segurança perante a velocidade dos avançados franceses.

FRANCISCO CONCEIÇÃO (7)

Deu irreverência ao jogo, como sempre, e foi o MVP do prolongamento, ao criar duas situações que Cristiano Ronaldo e João Félix não conseguiram aproveitar para dar a vitória a Portugal. Será figura no novo ciclo.

RÚBEN NEVES (6)

O cartão amarelo de Palhinha atirou-o para o jogo, sem a mesma influência a travar as transições contrárias, mas a dar clarividência na gestão do jogo.

JOÃO FÉLIX (5)

Estava na cara que este não seria o seu Europeu. Não conseguiu segurar a titularidade, e acaba emocionalmente abalado pelo penálti ao poste que tirou Portugal do torneio. No prolongamento teve uma ocasião para marcar, mas atirou à malha lateral.

MATHEUS NUNES (-)

Rendeu Vitinha à beira dos penáltis