Visão de conjunto

OPINIÃO25.10.201904:00

COMO referi há umas semanas nesta coluna, Portugal está há 3 anos em primeiro lugar no ranking europeu de seleções sub-19. É apenas um dado, importante, e que reflecte o trabalho efectuado pelos clubes e também no espaço das equipas nacionais. Para reforçar este estatuto, importa referir que o FC Porto é o detentor da Youth League.
Curiosamente, na última jornada da 1.ª Divisão de sub-19, em 12 jogos, nenhuma das equipas que jogou no seu terreno conseguiu vencer. Também um dado, mesmo que pontual, que reflecte o maior equilíbrio que tem existido na competição. Seja pelo aparecimento dos sub-23, e também das equipas B, que permitem que jogadores mais jovens de elevado potencial possam ter um desafio de grau superior, seja pelo trabalho de maior qualidade que vem sendo realizado na maioria dos clubes, a verdade é que temos mais qualidade. Quando temos este quadro, a primeira pergunta que nos surge relaciona-se com o aproveitamento destes jovens para o futebol de elite. Há um momento, em que o espaço dos sub-23, e o das equipas B, deixa de ser o ideal para o seu crescimento. Os desafios que se colocam já são insuficientes, necessitam estes jogadores de um patamar mais evoluído.

O nível seguinte é serem confrontados com jogadores, e equipas, da Liga mais elevada. Mas esse espaço competitivo tem regras que limitam o desenvolvimento deste processo. Na verdade, a actual regulamentação de empréstimos entre clubes que participem no principal campeonato limita a criação de riqueza para as SAD’s. O entendimento deve ser diferente do actual. Todos devem ganhar com a valorização de jogadores de enorme potencial, aqueles que os levaram a um nível superior e os que permitem que esses jogadores se afirmem definitivamente. O futebol nacional ficava a ganhar com uma perspectiva comum de criação de riqueza, seja nesta matéria, do crescimento e desenvolvimento dos jogadores, seja em todas as outras em que a união permite ganhos adicionais.