Produto estragado
Não convém expurgar comportamentos de dirigentes e batalhas campais?
P ARA lá de criar empresa com vista à centralização dos direitos TV, a Liga reativou a sociedade comercial Liga Infraestruturas LIALP, Soc. Unip., Lda. que lhe pertence há mais de uma década. Esteve quase morta com o processo 618/2017, instaurado de forma oficiosa pelo Registo Comercial com vista à sua dissolução e liquidação por falta de prestação de contas durante 2 anos. Mas lá se depositaram as IES em falta, mudou-se o nome para Liga Infraestruturas e vinculou-se o seu futuro para «potenciar o património imobiliário e fazer a gestão da nova casa do futebol profissional tal como dos inúmeros grandes projetos que esse investimento trará de forma positiva para todos os intervenientes». Ainda vamos assistir à criação de uma Liga com licença AMI para concorrer com a REMAX e a ERA. Haja negócio para todas as variantes e sectores. Mas FUTEBOL ... nem vê-lo! Isto numa altura em que, uma década após a criação das equipas B, está prestes a ser anunciado o montante de €1.174 milhões que resultou das transferências de atletas formados naquelas equipas das SAD do Benfica, Sporting, FC Porto, V. Guimarães e SC Braga. Ainda assim, os líderes do nosso futebol priorizam o investimento no betão armado e na centralização para futura venda da visualização de liga principal pouco ou nada competitiva. Afinal, qual é a avaliação quantitativa dos direitos da 1.ª liga para venda no mercado? Não convém expurgar primeiro comportamentos bipolares dos dirigentes que se abraçam e beijam nas cimeiras porque lhes cheira a dinheiro? E as batalhas campais entre jogadores, stewards e dirigentes? Varandas criticou Pinto da Costa, tentam (alegadamente) agredi-lo no Dragão mas fez negócios com o clube deste para proveito contabilístico de ambos. O ex-presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar do Sporting (juiz jubilado e com CV na Judiciária e MP) afirma que o futebol é um antro de tráfico de influências e corrupção, declarando que há crimes no Benfica sem dar presunção de inocência. É este o produto (estragado)?