Luzes e sombras na casa encarnada
Rui Costa deve puxar dos galões e não deixar que qualquer trica palaciana mine a unidade construída a partir da equipa de Schmidt...
OBenfica de Roger Schmidt soma e segue, comanda categoricamente o campeonato português e vai estar hoje no pote dos primeiros no sorteio da Liga dos Campeões. Estamos perante uma equipa de autor, que tem uma matriz de jogo precisa e bem oleada, servida por alguns jogadores novos no clube e por outros que da última época para esta subiram muitos furos no rendimento. Os grandes treinadores, que não jogam nem marcam golos, muito menos os evitam, são-no porque tornam melhores os jogadores com quem trabalham. Roger Schmidt, nesta passagem pela Luz, está a confirmar-se um técnico de altíssimo gabarito, até na forma como tem sabido pairar sobre as polémicas que lhe saem ao caminho. É verdade que estamos apenas no início do segundo terço da Liga, e ainda muita água correrá debaixo das pontes até alguém desfilar no Marquês ou nos Aliados, mas o que o Benfica de Schmidt tem feito merece reconhecimento e louvor.
Não fará, pois, nenhum sentido que estando o vento a soprar de feição no eixo Luz-Seixal, os encarnados caiam na tentação de encontrar problemas onde eles não existem, sucumbindo a uma vertigem autofágica, palaciana, que apenas interessará aos umbigos dos protagonistas acidentais.
Se, num contexto de união do clube em torno do sucesso desportivo em curso, forem transmitidos para o exterior sinais de divergências, seja na direção, seja na administração da SAD, seja entre elas, os riscos de desagregação aumentam exponencialmente.
Caberá a Rui Costa, que tem sabido unir os benfiquistas, puxar dos galões e exercer uma autoridade, se necessário musculada, que não deixe a situação escalar para níveis de irreversibilidade.
OMundial do Catar vai propor aos treinadores da I Liga problemas inéditos. A situação, embora à primeira vista seja comparável às paragens de Inverno das Ligas do norte e centro-leste da Europa, é mais complexa, porque durante mais de um mês haverá jogadores nas seleções, uns a jogar, outros a ver, e jogadores a competir na Taça da Liga, ou seja, num completo desacerto, que será a antítese da padronização do trabalho própria de um plantel.
Hoje, é impossível antecipar as consequências da decisão bizarra de fazer o Mundial fora de época.
FILIPE MARTINS
Absolutamente notável o percurso de Filipe Martins à frente do Casa Pia. Garantida a histórica subida à I Divisão, está a seguir-se uma temporada de sonho, não só em termos de resultados mas também em função da qualidade do futebol praticado pelos Gansos. Ontem, em Braga, o Casa Pia voltou a deixar a sua marca na Liga.
RÚBEN AMORIM
O triunfo e, sobretudo, a exibição convincente do Sporting frente ao VSC de Guimarães, permitiu ao treinador dos leões afastar os fantasmas da Taça de Portugal e da Champions, respirar um pouco melhor e encarar com maior otimismo o que falta de uma época que tem sido marcada pela inconstância...
MIGUEL OLIVEIRA
Terminou o Mundial de MotoGP no terço da frente (10.º em 31 participantes), deixando nos seus adeptos um sabor agridoce, das vitórias na Indonésia e na Tailândia, à insatisfação com a forma como era tratado na KTM. Que 2023 e os desafios da Aprilia lhe tragam a consagração que um talento sem fim bem justifica.