‘Frames’ e linhas
O golo anulado a Pizzi em Paços de Ferreira por offside de Vinícius não impediu que o Benfica de lá saísse com vitória. Ainda assim da sua newsletter soltou-se «perplexidade»: «O golo foi invalidado por quatro centímetros quando a própria empresa fornecedora da tecnologia admite a necessidade de se considerar margem de erro de cinco centímetros na avaliação dos foras de jogo». (Estranho é que essa margem de erro não se tivesse tomado em conta antes, continuasse a não se tomar, desvirtuando-se o espírito da lei, o estar em linha). No jornal O Benfica, João Tomaz revelou: «A velocidade média de um jogador quando arranca é ligeiramente de 8 metros por segundo. Se o VAR, em Portugal, usar 300 frames por segundo, o que estaria na vanguarda deste tipo de tecnologia, significa que, entre cada frame, há distância média de 2,7 centímetros». Notando que a escolha do «frame exato» é «aleatória», se a colocação da linha fosse dois frames antes (logo 0,006666 segundos antes) «era golo».
Aleksander Ceferin, o presidente da UEFA, já brincara com situação afim:
- Se um jogador tiver o nariz comprido está em fora de jogo sempre que estiver em linha…
e, menos jocoso, largara o alvitre:
- Linhas 10 ou 20 centímetros mais largas, são essenciais. Porque a linha é lá colocada subjetivamente não existe, pois, a precisão garantida - e um centímetro só pode arruinar a época de um clube…
Afinando pelo mesmo diapasão, Roberto Rossetti, presidente da Comissão de Arbitragem da UEFA, avisou:
- É melhor não se mudar a decisão tomada em campo, nesses casos…
No FC Porto-Rio Ave mudou-se - e em três centímetros pode ter-se, ténue, linha entre o arruinar-se da sua época e o não arruinar-se. Por isso (mas não só...) é que não me parece estapafurdice de mau perdedor (bem pelo contrário!) a auditoria ao VAR que Pinto da Costa pediu - pois assim se veria se na imagem da verdade se embuçou mentira que descredibilizando o VAR o arruíne também...