O melhor Sporting já visto e o que os ingleses ainda não sabiam de Amorim
Vitória absolutamente épica do leão a culminar com a despedida de um treinador que fica na História do clube
Quantos de nós vimos alguém fazer isto ao Manchester City de Pep Guardiola? Mais importante, quantos de nós vimos um Sporting assim? Bem sei que quem me lê poderá ter mais anos ou até melhor memória - ou até evocar os cinco violinos - mas no meu tempo de vida não me recordo de uma equipa leonina com esta capacidade como a que tem a que Rúben Amorim foi criando até esta versão aperfeiçoada de 2024/25.
Entre referências havia um Sporting de Bobby Robson que era extraordinário. Tão extraordinário que foi preciso outra superequipa e um extraterrestre de nome João Vieira Pinto para bater o que o treinador inglês criara e Carlos Queiroz prosseguira.
O Sporting de Laszlo Boloni tinha algo em comum com este. Um ponta de lança que só por ele fazia a diferença. Jardel era muito diferente de Gyokeres no estilo, mas tão ou mais eficaz que o sueco. Ainda assim, sendo a equipa do romeno outra grande referência e com nomes de peso não me parece que tivesse chegado ao nível da atual.
Já o de José Peseiro chegou a uma final europeia, mas não era esta máquina trituradora. Tanto assim não era que nos momentos da verdade fraquejou. Seguiu-se a era Paulo Bento, boa, mas longe desta qualidade e entusiasmo e daí até Jorge Jesus vão muitos anos, treinadores e equipas.
O técnico amadorense trouxe um futebol dominador e empolgante em Portugal e boas exibições na Europa. Mas também esse Sporting sofreu de um fado que os adeptos leoninos sentiram tantas vezes e ao qual, provavelmente, uma maioria se resignou.
Mas o que Amorim criou é algo que a (minha) memória não alcança e a vitória sobre este Manchester City é o expoente máximo de uma era que agora termina.
Obviamente, o Manchester City também jogou, mandou no primeiro tempo e atirou um penálti à trave no segundo. Os ingleses descobriram tudo sobre Rúben Amorim, futuro treinador do Manchester United, nos últimos dias. Menos aquilo que descobriram nesta terça-feira e que o país futebolístico soube desde os tempos de Braga e primeiro título no Sporting: há uma estrelinha muito própria que o acompanha.
Tudo foi perfeito na despedida de Alvalade. Até o golo e a pressão do Man. City no primeiro tempo, a colocar uma montanha para o leão subir. Amorim despediu-se de Alvalade no topo dela. A seu lado teve Viktor Gyokeres. Porque para um e para outro só o céu é o limite.
Absolutamente histórico o que Alvalade viveu.