Entrevistas de Cristiano Ronaldo, Pinto da Costa e o mercado de transferências dos três grandes
Coincidência ou talvez não, Cristiano Ronaldo deu uma entrevista em vésperas da primeira convocatória da Seleção Nacional após o Europeu para dizer basicamente que a participação portuguesa no torneio foi «mediana» — utilizou o termo do inglês average — e que não avisará quando decidir abdicar de representar a equipa das Quinas, o que sem mais explicações pressupõe que deverá fazê-lo em simultâneo com o final da carreira. A primeira declaração chega com quase dois meses de atraso, a segunda é intemporal e não surpreende. Ou seja, o capitão Cristiano pronuncia-se quando interessa ao Cristiano.
Outra entrevista: a de Pinto da Costa. Espécie de prova de que o ex-presidente do FC Porto já não está de ressaca da derrota nas eleições. Uma mão cheia de nada e sobre temas polémicos o recurso à ironia e ao sarcasmo nele peculiares, e em casos menos explicáveis, outro recurso vezeiro, o diz que disse. Exemplo: à pergunta sobre o motivo de ter renovado com Sérgio Conceição na iminência do sufrágio, respondeu que até alguém da lista concorrente o questionara porque é ainda não o tinha feito. Alguém… Assim se responsabilizam os inimputáveis.
Sobre a janela de transferências dos três grandes, e ainda a alguns dias do fecho do mercado, dir-se-ia que tão grandes movimentações, entre saídas (várias e importantes) e entradas (muitas, de qualidade inferior às saídas no Benfica e FC Porto), tornam o que já se viu de futebol e resultados pouco fiável para o muito que resta da época.