FC Porto: Mora tem cláusula de rescisão 'especial'
Rodrigo Mora e Samu (Grafislab)

FC Porto: Mora tem cláusula de rescisão 'especial'

NACIONAL22.12.202421:38

O jovem de 17 anos brilhou em Moreira de Cónegos e brilha também fora dos relvados

Rodrigo Mora tem cláusula de rescisão progressiva que poderá chegar aos 80 milhões de euros em 2027, mediante o cumprimento de determinados objetivos individuais. Para já, é de 45. Também o seu salário será progressivo, indexado, digamos assim, a objetivos que que se prendem com o número de jogos a realizar pelo jovem de 17 anos.

Entretanto, o FC Porto está melhor. Não está ainda soberbo, mas está melhor. Muito melhor. Nos últimos cinco jogos, por exemplo, sofreu um golo e mantém a baliza imaculada há 317 minutos. O regresso de Otávio ao eixo da defesa, depois de período sabático, digamos assim, para recuperar mentalmente de alguns erros no início da temporada, está a ter o efeito pretendido por Vítor Bruno.

O retorno de Galeno à lateral-esquerda e a passagem de Francisco Moura para o banco parece ter ajudado a reequilibrar a equipa, quer em termos defensivos, quer em nos ofensivos, permitindo que, na frente, Namaso tenha garantido mais minutos. Além disso, nos últimos jogos, a produção de Fábio Vieira subiu para patamares bem mais elevados. Assim, embora nada seja definitivo, a equipa parece ter assimilado melhor as ideias de Vítor Bruno, estando mais maturada, equilibrada e organizada.

Após a sequência negativa de novembro, com derrotas frente a Lazio, Benfica e Moreirense para a Liga Europa, Liga e Taça de Portugal, o treinador do FC Porto reformulou o onze. Primeiro, retirou Tiago Djaló e voltou a entregar a titularidade a Otávio. Quase de seguida, abdicou de Alan Varela e entregou a Eustáquio um lugar (mais ou menos) ao lado de Nico González.

Mais tarde, João Mário passou o lugar de lateral-direito a Martim Fernandes (menos atacante, mais defesa). Depois, Francisco Moura passou para o banco e Galeno recuou até ao lugar onde começara a época, o que abriu um lugar na frente. Entregue a Namaso frente a Midtjylland e Estrela da Amadora e a Rodrigo Mora anteontem, perante o Moreirense. Sendo ou não fruto apenas destas mexidas, o FC Porto atravessa período muito mais estável na temporada, com quatro vitórias e dois empates nos últimos seis jogos.

Tiago Djaló por Otávio

Tiago Djaló teve mês perfeito entre final de outubro de final de novembro. Titular na Liga Europa com Hoffenheim e Lazio, na Liga com Aves SAD, Estoril e Benfica e na Taça de Portugal com Sintrense e Moreirense. Jogando sempre os 90 minutos, excluindo o jogo com os alemães, em que saiu aos 84. Sempre ao lado de Neuhén Pérez. Pelo meio, estreou-se pela Seleção de Portugal. Nos últimos quatro jogos esteve no banco.

O percurso de Otávio é diferente. Titularíssimo nas cinco primeiras jornadas da Liga (Gil Vicente, Santa Clara, Rio Ave, Sporting e Farense) e na Supertaça Cândido de Oliveira (Sporting), primeiro ao lado de Zé Pedro e depois, na quinta jornada, fazendo dupla com Nehuén Pérez. Porém, entre o final de setembro e o final de novembro, nem um minuto jogado em seis jornadas da Liga, quatro da Liga Europa, duas da Taça de Portugal e  uma da Taça da Liga.

Ao seguir ao jogo com o Farense, a 15 de setembro, no qual teve falha que ditou o golo da equipa algarvia (2-1 para o FC Porto), Vítor Bruno saiu em defesa de Otávio: «Faz parte do crescimento deles e ele vai crescer com o erro. Tem essa capacidade de receber informação e aprender a cada treino que passa. É o nosso papel, confiamos muito no Otávio. O erro, para nós, não é um problema, a forma como tem capacidade para lidar com o erro, sim».

O brasileiro, por seu turno, recorreu às redes sociais: «Calma, Deus sabe o que está a fazer na sua vida… Então onde é que estão as maiores aprendizagens? No erro, no fracasso, na angústia, na dor, na inquietação».

Só voltaria a jogar em finais de novembro. Titular com Anderlecht e Midtjylland na Liga Europa, Casa Pia, Famalicão, Estrela da Amadora e Moreirense para a Liga. Sempre ao lado de Nehuén Pérez. E o FC Porto, nos últimos cinco jogos apenas um golo sofreu (1-1 em Famalicão).

Moura por Galeno

Francisco Moura chegou ao FC Porto no início de dezembro, vindo do Famalicão. Titular nas jornadas 5 a 13 da Liga (Farense, V. Guimarães, Arouca, SC Braga, Aves SAD, Estoril, Benfica, Casa Pia e Famalicão), em cinco da Liga Europa (Bodø/Glimt, Manchester United, Hoffenheim, Lazio  e Anderlecht) e frente a Moreirense (Taça de Portugal e da Liga), Sintrense (Taça de Portugal), o lateral-esquerdo parecia ter garantido a titularidade e permitido a Vítor Bruno recolocar Galeno em terrenos mais adiantados. Porém, frente a Estrela da Amadora, Midtjylland e agora Moreirense, passou a estar no banco, com Galeno a regressar à lateral-esquerda, permitindo a entrada de Namaso (sobretudo este) para o lado de Samu, Pepê e Fábio Vieira.

Pós-Moreirense

Vejamos os mais utilizados do FC Porto em 2024/2025, em cada posição, após a eliminação da Taça de Portugal, aos pés do Moreirense, a 24 de novembro:

Diogo Costa; Martim Fernandes, Nehuén Pérez, Zé Pedro e Francisco Moura; Nico González e Alan Varela; Pepê, Namaso e Galeno; Samu.

E agora os mais utilizados nos últimos seis jogos: Diogo Costa; Martim Fernandes, Nehuén Pérez, Otávio e Galeno; Eustáquio e Nico González; Fábio Vieira, Namaso e Pepê; Samu

Diferenças? As já citadas: Zé Pedro por Otávio (com Djaló pelo meio), Francisco Moura por Galeno, Alan Varela por Eustáquio e o ressurgimento de Fábio Vieira.