Defesa de papel

OPINIÃO20.09.201901:46

O Sporting saiu de Eindhoven com uma derrota que se chegou a temer pesada mas que acabou por ser apenas por um golo de desvantagem e por culpa, sobretudo, duma defesa de papel, que parece ter o condão de transformar uma qualquer inocente iniciativa atacante do adversário num lance iminente de perigo.
Uma equipa com as aspirações que os leões dizem ter não se compadece com tão pouca qualidade no processo defensivo. E a utilização do verbo dizer neste contexto não é inocente. Os responsáveis leoninos dizem ter aspirações porque o historial da instituição a isso os obriga mas, na prática, até ao momento, demonstraram que será extremamente complicado chegarem aos objetivos propostos. E até podem mudar mais cinco vezes de treinador até final da época, pois quem chegar não vai conseguir conferir qualidade extra aos elementos do plantel. A defesa, como já se disse, é de papel. E a comunicação também é de papel, material  altamente inflamável. E a culpa não é de quem a executa, mas muito mais de quem a pensa e de quem pratica os atos. E em vez de proteger os órgãos sociais apenas os expõe mais, como por exemplo no caso da proposta para o aumento do salário dos membros do Conselho de Administração da SAD; o anúncio do novo protocolo com as claques quando estas não terão estado totalmente de acordo com o mesmo e são claramente contra os atuais órgãos sociais; o dizer-se que o Sporting apenas vendeu um titular (Raphinha) no fecho do mercado quando tinha acabado de negociar o passe do melhor marcador da equipa dos últimos três anos (Bas Dost) ou a inexistência duma explicação plausível para a não inscrição do melhor marcador dos sub-23, Pedro Mendes, na Liga, quando os pontas de lança são uma espécie quase em vias de extinção em Alvalade.  
O Sporting está em reconstrução e  até podem estar a tentar colocar-lhe paredes sólidas. Mas convém que não sejam de vidro. Mesmo que seja daquele inquebrantável.