Como se conversar fosse um favor...

Se Conceição não quisesse reunir-se com Villas-Boas teria de se demitir imediatamente

Estou disponível para falar com quem seja que represente e tenha responsabilidade no FC Porto, sem problema absolutamente nenhum

Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, um dia depois da vitória de Villas-Boas nas eleições

Sérgio Conceição já teve várias oportunidades para isso, mas ainda não disse se está disposto a ficar ou não como treinador do FC Porto depois de André Villas-Boas ter sido eleito presidente.

Por um lado, isso é natural – porque AVB também não foi claro, em tempos mais recentes, sobre se pretende que Conceição fique, e o atual treinador não quererá, provavelmente, ter o ónus de ter sido afastado por opção do novo presidente; a ter de sair, há de querer fazê-lo por moto próprio. Por outro lado, para quem renovou contrato na semana passada – mesmo admitindo que haja uma cláusula que permite a qualquer das partes a rescisão sem custos –, a hesitação não deixa de ser estranha. Porque ou Conceição assume que renovou apenas para ser trunfo eleitoral de Pinto da Costa, coisa que sempre afirmou recusar ser (embora várias ações desmintam essas palavras), ou então está empenhado em ficar no Dragão, e só a falta de vontade de AVB de que ele continue, ou uma visão radicalmente diferente sobre o que deve ser o clube ou a equipa, deveria impedir que cumprisse o contrato que tão recentemente assinou.

Para já, Conceição vai dizendo que está disponível para conversar com AVB. Era o que mais faltava se não estivesse. Como funcionário da SAD, cuja maioria de capital pertence ao clube, na hora em que o treinador se recusasse reunir com o novo presidente (mesmo que ainda não tenha tomado posse) seria a mesma hora em que teria de apresentar a demissão...