Chile e a violência nos estádios
Garante que adeptos possam desfrutar do desporto num ambiente seguro e pacífico
APÓS interrupção de um jogo, no Chile, devido a graves incidentes ocorridos nas bancadas do estádio em que o mesmo decorria, o combate à violência no desporto ficou na ordem do dia naquele país. Aliás, nos últimos anos, o futebol chileno tem registado vários atos de violência perpetrados pelos adeptos, que, aliado à falta de controlo por parte da polícia e dos clubes, transformam os estádios em espaços pouco seguros.
No dia 2 de maio, foram então propostas, pela Associação Nacional de Futebol Profissional do Chile, algumas medidas: i) retomar um registo nacional de adeptos, incluindo reconhecimento facial; ii) implementar sistemas de controlo de acesso a todos os adeptos com interdições em vigor; iii) modificar a lei para que ações como o lançamento de objetos contundentes ou o uso de fogos de artifício sejam considerados crime. As medidas propostas visam, segundo esta entidade, garantir que os adeptos possam desfrutar do desporto num ambiente seguro e pacífico.
A definição de medidas que, eficazmente, combatam este tipo de fenómenos nos recintos desportivos não é uma tarefa fácil de executar. Em Portugal, a par do trabalho, a nível disciplinar, feito pelas federações desportivas nas várias modalidades, o esforço contínuo e eficiente da Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto tem em muito contribuído para controlar este tipo de atos. Em particular, destacamos o elevado número de processos de contraordenação instruídos e concluídos por aquela autoridade que determinam a interdição de acesso a recintos desportivos a adeptos que, manifestamente, não contribuem para um ambiente saudável e seguro, como aquele que deve rodear qualquer espetáculo desportivo.