Algumas reflexões sobre a AG do Benfica
Rui Costa não sabe falar aos sócios (e adeptos). Muito menos àqueles que estiveram na AG. Porque não sabe ou não quer, ou não dispor de alguém na Comunicação e no contestado Gabinete da Presidência que o aconselhe e dirija
A maioria dos sócios do Benfica que esteve na Assembleia Geral insurgiu-se contra a Direção de Rui Costa. Está zangada com o executivo e o seu presidente. Exige-lhes mais do que explicações sobre questões que fazem a atualidade do clube, quer assunção de responsabilidades e mudanças drásticas. Com ênfase nos assuntos polémicos relacionados com a gestão anterior, odiosa, liderada por Luis Filipe Vieira, da qual considera que a atual é continuidade.
Uma grande parte dos sócios na AG – não se pode afirmar que seja a maioria – é ruidosamente contestatária, confronta e não roga ao insulto. Manifesta, em relação ao clube, um exacerbado sentimento de pertença. Pela forma como se relaciona e trata, não só com a Direção, também treinadores e jogadores. Vide a temporada finda. ‘O Benfica é Nosso’, entoou-se em cântico na bancada da Luz, anfiteatro da AG. Como a claque. Pertencerão estes sócios a claque(s)? Se sim, só representam essa falange de associados e não o universo destes. Não são amostra representativa do todo. Mas por serem ativistas fervorosos, ganham maior relevância.
Por seu lado, Rui Costa não sabe falar aos sócios (e adeptos). Muito menos àqueles. Porque não sabe ou não quer, ou não dispor de alguém na Comunicação e no contestado Gabinete da Presidência que o aconselhe e dirija. O discurso de RC é redondo, vazio, nada explica, de quem pouca responsabilidade assume. E faz mal. Ou se livra definitivamente do legado de LFV ou está a prazo na liderança, até às próximas eleições em 2025. Qualquer candidato, como Noronha Lopes ou Francisco Benitez, que nunca seriam seu páreo a sufrágio, emergiriam para o derrotar. Onde estava com a cabeça quando decidiu sair da AG sem uma última palavra aos sócios?! Só isso reflete inabilidade comunicacional. Ou algo mais…