Australiano da McLaren acedeu ao pedido da equipa, mas admite que há «flexibilidade» nas regras aplicadas; por outro lado, o inglês não quer que o colega lhe «entregue vitórias»
Oscar Piastri admitiu esta quinta-feira que está disposto a ajudar Lando Norris a lutar pelo título mundial de pilotos. Por outras palavras, quer dizer que poderá vir a sacrificar a própria corrida, dando lugar ao colega britânico da McLaren para que este consiga arrecadar mais pontos para se aproximar de Max Verstappen, atual líder da competição.
«A equipa pediu-me para ajudar e eu disse nas últimas corridas que, se me pedissem, eu ajudava. Claro que, naturalmente, como piloto, nunca é uma coisa fácil ou simples de aceitar. Mas tenho de ver o cenário completo e não só a minha perspetiva», adiantou o australiano.
"If there's some ways of helping the points for Lando then I will do that"
A McLaren já tinha declarado publicamente que iria privilegiar o britânico de 24 anos que, um dia antes de começar o Grande Prémio do Azerbaijão, está a 62 pontos do neerlandês. Este apoio surgiu depois do GP de Itália, no qual Piastri atacou Norris na primeira volta da corrida, com uma manobra que os colocou lado a lado e perto de ter um acidente. O australiano ultrapassou o companheiro de equipa que foi relegado para 3.º, devido a uma travagem brusca que permitiu Leclerc subir a 2.º.
Posta esta situação, e mesmo depois de a McLaren não optar por trocar as posições de Norris e Piastri na corrida, de forma a beneficiar o inglês na perseguição ao piloto da Red Bull, a escuderia britânica apertou as regras no que toca às lutas na pista entre os dois, porém, Piastri referiu que ainda há «alguma flexibilidade», ao passo que Lando Norris afirma que o australiano não vai ter de «entregar vitórias».
«De um modo geral, só trocaremos de posições em lugares mais inferiores na grelha. Se ele estiver em posição para vencer uma corrida é porque a merece», avançou. Contudo, caso tal se verifique, Norris dificilmente conseguirá ultrapassar Verstappen no Mundial, cenário que admite que «vai custar».
No rescaldo das incidências no GP de Itália, o diretor de equipa Andrea Stella admite introduzir ordens aos seus pilotos. «Temos definitivamente de escolher aquele que está na melhor posição»
«Se um piloto está a ter um melhor desempenho do que eu, então preciso de ser melhor. Não quero tirar isso a ninguém. Também não quero que me deem um campeonato. Seria ótimo ganhar, mas apenas a curto prazo. Não creio que me orgulhasse disso a longo prazo», justificou.
O Grande Prémio do Azerbaijão começa na sexta-feira, com duas sessões de treinos livres (FP1 e FP2). No sábado, depois do FP3, dá-se a qualificação, às 13 horas de Portugal Continental, estando a corrida agendada para domingo às 12 horas.