McLaren decide «apoiar» Lando Norris na luta pelo título
Oscar Piastri lidera GP de Itália após ultrapassar Lando Norris, que perdeu mais uma posição para Charles Leclerc
Foto: IMAGO

McLaren decide «apoiar» Lando Norris na luta pelo título

FÓRMULA 102.09.202417:46

No rescaldo das incidências no GP de Itália, o diretor de equipa Andrea Stella admite introduzir ordens aos seus pilotos. «Temos definitivamente de escolher aquele que está na melhor posição»

McLaren afirma que «apoiará» Lando Norris na luta pelo título mundial, pressupondo que poderá introduzir ordens de equipa aos seus pilotos, ao que tem sido relutante até este momento da temporada. A declaração de intenções surge no rescaldo do Grande Prémio de Itália, em que os dois monolugares do construtor britânico se classificaram na segunda e terceira posição, com Oscar Piastri e Lando Norris, respetivamente, atrás do vencedor Charles Leclerc, em Ferrari.

Perante o aumento de competitividade dos carros da equipa de Woking e o decréscimo de desempenho com que se tem debatido o líder do campeonato Max Verstappen no seu Red Bull, o chefe de equipa da McLaren, Andrea Stella, diz que a partir de agora a sua equipa pretenderá maximizar as possibilidades de Lando Norris marcar o maior número de pontos possível nas corridas. O engenheiro italiano reconhece que apesar de Norris e Piastri disponham de hipóteses matemáticas para vencer o campeonato, a equipa vai reforçar a aposta no piloto com mais pontos.

«Estamos a lutar contra Max Verstappen, por isso acho que se queremos dar apoio a um piloto, temos definitivamente de escolher aquele que está na melhor posição», disse. «E o Lando [Norris] está muito bem», disse Stella, citado pelo Motorsport.

Norris só foi terceiro no GP de Itália, uma manobra agressiva do seu colega de equipa Oscar Piastri na primeira volta para lhe arrebatar a liderança, que permitiu a Charles Leclerc aproveitar a circunstância para também ultrapassar o britânico, abrindo-lhe melhores oportunidades na corrida, como a estratégia bem-sucedida de apenas uma troca de pneus.

Com Norris a 62 pontos de Verstappen a oito corridas do final do campeonato, o responsável da McLaren defende a concentração de esforços da equipa no piloto britânico. «No mínimo, precisamos de ajustar algumas pequenas coisas de corrida com o Lando que o podem ajudar e ajudar-nos a capitalizar uma pole position como a que tivemos em Monza. Penso que se olharmos para a sua primeira volta, enquanto a analisamos juntos, poderemos ver que havia algumas coisas que poderíamos ter feito um pouco melhor», justificou Andrea Stella.

De qualquer modo, embora reconhecendo que a equipa quer «experimentar o campeonato com Lando», Stella crê que a decisão não implicará a atribuição de estatuto de primeiro piloto a Norris, mas começou por ser pouco conciso na justificação. «Acho que o número um funciona bem como denominação, mas não tenho a certeza se funciona muito bem no mundo real em termos do que significa? O que é que representa?». De seguida, aprofundou a argumentação: «Digamos hipoteticamente que concluímos que na curva 4 [a segunda chicane], o Lando travou demasiado cedo e o Oscar teve, naturalmente, a possibilidade de assumir a liderança, então o que significa se for o número um? Troca de posições seguir?»

«É muito difícil implementar esta definição no mundo real. É melhor continuar a trabalhar em equipa, ouvir a opinião dos dois pilotos e depois trabalhar em conjunto para perseguir este objetivo em ambos os campeonatos, porque agora parece que o campeonato de pilotos é definitivamente uma possibilidade», acrescentou Stella.

«Fomos um pouco cautelosos mesmo antes de Monza, mas agora vemos que podemos competir em circuitos onde no ano passado não fomos competitivos. Por isso, acho que é um pacote muito competitivo no geral e pode ser uma arma muito importante para Lando, em particular, na procura por lutar pelo campeonato», frisou ainda.

Questionado se tinha pensado em trocar Piastri e Norris nos momentos finais do Grande Prémio de Itália, Stella disse: «Não considerámos isso. Considerámos outras formas durante a corrida para garantir que o Lando tinha as suas próprias oportunidades».

«Mas não considerámos a troca porque ainda estávamos dispostos a colocar o máximo de pressão possível sobre Leclerc e eventualmente induzi-lo a ter um problema com a frente esquerda numa das chicanes», frisa.