Mercedes da primeira vitória Hamilton pode superar €14 milhões

Ainda assim estará longe das quantias antingidas pelas 'Flechas de Prata' mais valiosas

O Mercedes em que Lewis Hamilton venceu a primeira corrida na Fórmula 1 pelo construtor alemão vai a leilão no próximo dia 17 de novembro, em Las Vegas, à margem do grande prémio que marca o regresso da disciplina máxima do desporto automóvel à cidade norte-americana.

O Mercedes W04 com que o piloto britânico conquistou o Grande Prémio da Hungria em 2013, o seu único triunfo nessa temporada de estreia na equipa germânica terá valor máximo de licitação entre os 9,5 e os 14,2 milhões de euros, segundo estimativa da leiloeira RM Sotheby's.

«No mundo automóvel, poucas marcas se comparam ao fascínio dos Mercedes Silver Arrows [Flechas de Prata, como se celebrizaram, pela sua pintura e elevada performance, os melhores carros dos primórdios do fabricante do emblema da estrela de três pontas na competição]», afirmou Shelby Myers, diretor de vendas privadas da RM Sotherby’s.

Após sete anos na McLaren, Lewis Hamilton transferiu-se para a Mercedes em 2013, substituindo o heptacampeão mundial Michael Schumacher, que se retirava da competição encerrando uma carreira de sucesso ímpar – que curiosamente viria a ser igualada pela do seu sucessor.

Nessa época, o britânico não foi além da quarta posição no Mundial, mas nas nove seguintes – a última ainda em curso – conquistou seis títulos, que acrescentou ao que ganhara em 2008, na McLaren.

«Guiado pelo piloto de maior sucesso na Fórmula 1 e ícone do desporto, Lewis Hamilton, este carro simboliza o início do período mais dominante de uma marca e de um piloto na disciplina, a dinastia Hamilton-Mercedes», declarou Myers.

«Esta dupla só pode ser comparada a Michael Jordan e os Chicago Bulls, a Tom Brady e os Patriots ou Messi e a Argentina», referiu aquele responsável.

O monolugar W04 que Hamilton levou à vitória no Hungaroring de Budapeste tem motor V8 atmosférico de 2,4 litros, distinto das unidades de potência híbridas V6 1.6 turbo que a partir de 2014 propulsionaram a referida «dinastia».

O Mercedes W196, vendido por 28,2 milhões, continua a ser o F1 mais caro já vendido, mas muito longe do Mercedes-Benz 300 SLR Uhlenhaut Coupé, versão especial daquele Flecha de Prata homologada para circular em estrada, criada pelo engenheiro do construtor de Estugarda, que lhe deu o nome. 

Em maio de 2022 foi vendido a um colecionador privado que quis manter o anonimato por 135 milhões de euros e é o automóvel mais valioso alguma vez transacionado.