Dakar 2025: etapa maratona já fez vítimas entre favoritos
Carlos Sainz capotou a Ford Ranger e perdeu quase uma hora e Sébastien Loeb demorou mais de meia devido a avaria mecânica no Dacia Sandier
Carlos Sainz e Sébastien Loeb são os primeiros perdedores na primeira parte da etapa maratona, este domingo, a cumprir em 48 horas e numa extensão total de 947 quilómetros, a segunda do Dakar, com partida e chegada em Bisha, na Arábia Saudita.
O piloto espanhol, vencedor da edição de 2024 da prova, capotou a Ford Raptor e o francês, em Dacia, nove vezes campeão mundial de ralis, sofreu uma avaria no Dacia Sandrier. Sainz não conseguiu evitar aparatoso acidente à saída de uma duna, ao km 327 dos 626 do primeiro dia da etapa, e após ter perdido cerca de 20 minutos no local a repor o carro em condições de prosseguir, retomou depois a pista e terminou na 25.ª posição, com um atraso de 59.19 minutos para o vencedor, Yazeed Al Rajhi, em Toyota.
O piloto saudita, curiosamente, foi uma das vítimas desta etapa maratona no último Dakar, tendo sido forçado a desistir. Após o capotanço, Sainz está a 49.33 minutos do líder provisório Al Raihi e com a revalidação do triunfo na competição desde já fortemente comprometido, tanto mais que não poderá dispor de assistência técnica até ao final desta etapa, de que faltam ainda percorrer 329 km cronometrados, hoje, e uma ligação final de 91 km.
O segundo, entre os principais concorrentes, a atrasar-se nesta longa etapa, foi Sébastien Loeb, que sofreu uma avaria na com a ventoinha do radiador do seu Dacia, foi obrigado a parar durante a trajeto e perdeu 32.30 minutos (17.º) para o vencedor Al Raihi, de quem está agora a 33.33 minutos (18.º).
A primeira parte da etapa foi marcada por um duelo renhido entre a Tayota Overdrive de Yazeed Al Rajhi e o Dacia Sandrier do qatari Nasser Al Attiyah, com o saudita a impor-se por apenas 1.19 minutos após mais de 600 km ao cronómetro. O fortíssimo ritmo dos dois líderes da classificação geral (virtual), onde estão separados precisamente por aquela diferença de tempo, deixou o terceiro na etapa, o sueco Mattias Ekström (Ford Raptor) a 8.55 minutos.
O português João Ferreira, em Mini JCW Rally, terminou os primeiros 618 km da etapa maratona na 18.ª posição, a 32.59 minutos do vencedor e desceu para o 12.º lugar da geral, a 22.24 minutos do líder. «Estamos felizes por estar aqui sem problemas de maior. Completámos até agora 626 km e vamos preparar tudo para amanhã terminar esta etapa», disse, citado pela sua assessoria de imprensa.
Na classe Challenger, o português Gonçalo Guerreiro (Taurus Red Bull) caiu de frente numa duna, ficando com o seu veículo preso na areia. Depois de o desenterrar, ainda teve de trocar o pneu dianteiro direito, que furou com o embate, cedendo pouco mais de 11 minutos para o líder, o argentino Nicolas Cavigliasso (BBR). Na geral, Gonçalo Guerreiro mantém a segunda posição virtual, com Luís Portela de Morais em sétimo e Ricardo Porém em 10.º.
Nas motos, o australiano Daniel Sanders (KTM), vencedor do prólogo e da primeira etapa, também parou no comando, com 4.02 minutos de vantagem sobre o norte-americano Ricky Brabec (Honda) e 5.59 sobre Ross Branch (Hero).
Rui Gonçalves (Sherco) baixou do 16.º ao 18.º lugar virtual quando parou no acampamento para passar a noite e ocupa provisoriamente o 18.º posto da geral. Bruno Santos (Husqvarna) parou em 34.º e António Maio (Yamaha) em 35.º, e ocupam as posições imediatamente a seguir na classificação geral.