Râguebi: Quem vencerá os duelos Norte-Sul no Mundial?
França é uma das favoritas à vitória no Mundial (IMAGO)

Râguebi: Quem vencerá os duelos Norte-Sul no Mundial?

MODALIDADES13.10.202320:32

Quatro seleções europeias defrontam duas da Oceânia, uma africana e uma sul-americana nos quartos de final que começam este sábado

Arrancam este sábado os quartos de final da 10.ª edição do Campeonato do Mundo de râguebi. Marselha e Paris são os palcos dos duelos entre quatro nações do Hemisfério Norte e quatro do Hemisfério Sul. Um fim de semana marcado pelo minuto de silêncio em todas as partidas em homenagem das vítimas em Israel e Faixa de Gaza. Na fase a eliminar, a Europa surge em peso: País de Gales, Inglaterra, França e Irlanda. A voz e dança da Oceânia ouve-se a dobrar, Nova Zelândia (haka) e Fiji (cibi), e por fim, continente africano (África do Sul) e americano (Argentina) também presentes.

Gales-Argentina, sábado, 16 horas

País de Gales (7.º do ranking) e Argentina (8.º) abrem as hostilidades dos quartos de final, no Velôdrome de Marselha. É a terceira vez que se defrontam em Campeonatos do Mundo. Os galeses venceram em 1991 (16-7) e 1999 (23-18).

Os dragões vermelhos, com Dan Biggar de regresso, entram pela sexta vez (venceram três) nesta fase embalados por quatro vitórias (três delas com ponto de bónus) nos jogos dos de grupos. Os Pumas, após a derrota com a Inglaterra, somaram três triunfos. Nos 23 da Argentina estão nove sobreviventes da última vez que atingiu esta fase (2015), contra a Irlanda. Agustín Creevy, 38 anos e 213 dias, é o terceiro jogador mais velho do Mundial e o quinto mais velho de sempre. À exceção de 2019, a seleção sul-americana tinha marcado presença nas quatro edições prévias da fase dos oito países, tendo vencido duas ocasiões.

Irlanda-Nova Zelândia, sábado, 20 horas

No Stade de France, Paris, Irlanda e Nova Zelândia reeditam o Japão-2019 (triunfo dos All Blacks). Na altura, Joe Schmidt orientava a equipa do trevo verde. Agora, está de preto.  Andy Farrel, selecionador irlandês, repete o XV inicial do último encontro da fase de grupos (frente à Escócia). A Nova Zelândia (4.º) faz seis mexidas em relação ao último jogo (diante do Uruguai).

Das 18 seleções que defrontou em fases finais de Mundiais, a Irlanda nunca venceu os neozelandeses, equipa que perdeu neste Mundial, pela primeira vez, na fase de Grupos (França). A Irlanda, número um do mundo desde julho 2022, vencedora de cinco dos oito jogos entre ambas as nações, vitoriosa há 17 jogos consecutivos (somente os All Black, 2015-16 e a Inglaterra, 2016-17, venceram por 18 vezes) procura chegar pela primeira vez no seu historial às meias-finais. A Nova Zelândia, três vezes campeã do mundo, só uma única vez ficou nesta fase, em 2007, em França.

Inglaterra-Fiji, domingo, 16 horas

A Inglaterra (6.ª) terá, em Marselha, pela frente as Fiji (10.ª), a tal seleção contra quem Portugal conquistou a primeira vitória (24-23) num Campeonato do Mundo.

A seleção da Rosa está mais habituada a estas fases de 80 minutos que se regem pelo lema: ganhar ou ir para casa. Em nove ocasiões, só uma vez falhou os jogos dos últimos quatro (no Inglaterra-2015). Já os flying fijians, tentam que à terceira seja de vez depois de terem sido eliminados em 1987 (França) e 2007 (África do Sul).

É a terceira vez que os dois países se defrontam em Campeonatos do Mundo. A seleção europeia tem registo 100% vitorioso. Nos últimos oito jogos entre ambos, sete vitórias para Inglaterra, uma para Fiji, curiosamente em Twickenham (em agosto último).

França-África do Sul, domingo, 20 horas

Para o último dos quatro encontros está reservado a partida que promete parar o país (e não só). Na capital francesa, no Stade de France, a França (3.ª), anfitriã do Mundial, mede forças com a África do Sul (2.ª), campeã em título.

O treinador dos campeões do mundo, Jacques Nienaber, chamou 13 dos 15 jogadores que estiveram na derrota frente à Irlanda, na fase de grupos (o médio formação Cobus Reinach entra para o lugar de Faf de Klerk e Duane Vermeulen veste a camisola 8 de Jasper Wiese). Apresenta 880 internacionalizações no XV inicial, 623 nos avançados, um máximo histórico sul-africano e uma composição no banco de 5-3 (5 avançados, 3 defesas), algo que sucede pela terceira vez no torneio, a secunda consecutiva.

Vinte e quatro dias depois de ter fraturado o maxilar frente à Namíbia, Antoine Dupont, melhor jogador do mundo, regressa ao XV inicial de Fabien Galthié. O selecionador francês organizou um banco 6-2.

Se a memória mais recente dos Sprinbocks nos embates com os Bleus não é a melhor (derrota em novembro de 2022), as sete partidas anteriores fazem sorrir os homens do continente africano. Só por uma vez se defrontaram em campeonatos do mundo e aí o sorriso veio todo dos Mares do Sul. Os sul-africanos ganharam seu mundial, em 1995.

Nos últimos 28 jogos em casa, a França ganhou 27 (18 consecutivos). Já a África do Sul venceu oito dos últimos 10 jogos (desaires com Nova Zelândia e Irlanda).