Nuno Resende: «Foi preciso ter sangue frio»
Treinador do Benfica satisfeito com o triunfo, mas diz que a equipa não foi perfeita. Elogia a dupla de arbitragem e refere que é preciso começar a deitar de estar sempre a «bater no ceguinho»
Naturalmente, o treinador do Benfica Nuno Resende estava satisfeito com a vitória por 4-1 sobre o Sp. Tomar que garantiu a nona Supertaça António Livramento das águias. Segunda consecutiva e um bi na disputa do troféu que acontece depois de três derrotas seguidas entre 2014 e 2016.
«O resultado final acaba por ser justo, mas temos que ver as coisas em dois momentos: na 1.ª parte podíamos ter construído uma outra diferença no marcador. Fomos superiores e dominadores, nos ataques posicionais e na transição, à exceção da finalização. Defensivamente estivemos muito coesos», começou por salientar Resende.
«Na 2.ª parte, o Sp. Tomar reagiu muito bem. É uma excelente equipa e muito bem treinada pelo Nuno [Lopes]. Os meus parabéns pela partida que fez. E entrou no jogo. Teve uma ou outra situação em que podia - se calhar até merecia -, ter feito golo, mas acabou por consegui-lo num erro numa transição ofensiva nossa».
«Foi preciso ter sangue frio, sabendo que tínhamos de jogar com as faltas. Na parte final, se o resultado tivesse sido 4-2 seria mais justo para o que foi o trabalho do Sp. Tomar. Mas o Benfica ganha e ganha bem. Como era previsível, teve de trabalhar muito frente a uma excelente equipa», referiu ainda o técnico dos campeões nacionais ante de deitar já um olhar sobre o arranque do campeonato.
«O início do campeonato é dificílimo. Estamos a colher os frutos. É o 16.º jogo mata-mata que disputamos desde o play-off’. São 16 encontros seguidos em que ganhamos ou perdemos. É duro. Sabíamos que era uma partida em que teríamos de estar perfeitos. Não estivemos e isso é bom para nós, dá-nos trabalho».
«O campeonato vai ser duro, o jogo em Braga será de uma dificuldade tremenda. Agora, é festejar e segunda-feira voltar ao trabalho duro. O facto de estarmos a ganhar não nos vai fazer tirar os patins do parquê. Pelo contrário, porque o campeonato não permite», avisa.
«Esta modalidade é muito difícil de apitar. Quando há competência tudo ajuda, as coisas acontecem. No play-off ninguém se pode lamentar que foi por isto ou por aquilo que não ganhou. Hoje, ganhou o hóquei em patins. E é importante que se fale positivamente. No final do fim de semana passado estava tudo mal. Quando temos competência de dois árbitros, sabemos que depois temos de nos comportar como deve ser e ganha a melhor equipa. Temos todos de melhorar, mas estar sempre a bater no ceguinho…»
«É preciso haver uma aposta concreta e nestas competições de alto nível têm de estar os mais competentes. Espero que na próxima semana se falem de coisas positivas e não dos profetas da desgraça a queixarem-se de que está sempre tudo mal», concluiu.