No adeus (?) o veterano 'só' quer o melhor de sempre
Fábio Magalhães está de volta a uma grande competição, depois de ter falhado o Europeu 2024 e o torneio pré-olímpico, ambos por lesão. Aos 36 anos, assume que viverá, provavelmente, o último Mundial
Fábio Magalhães foi uma das surpresas na convocatória de Paulo Jorge Pereira para o Mundial que arranca a meio de janeiro e que vai ter Portugal a jogar na Noruega. Mas é assim tão surpreendente a inclusão do andebolista mais internacional de sempre?
Obviamente que não. Estando em condições, o primeira linha do FC Porto é sempre um dos indiscutíveis, por tudo o que acrescenta, tanto na defesa como no ataque.
A questão é que 2024 foi um ano muito complicado para o jogador de 36 anos, que passou vários períodos lesionado, numa realidade que nunca tinha enfrentado ao longo da carreira. Nos últimos meses, porém, tem-se apresentado em bom nível e contribuído para a subida de rendimento dos dragões de Magnus Andersson e agora viu o selecionador dar-lhe novo voto de confiança.
«Tinha esperança de ser convocado. Tive um período difícil, mas estou recuperado e a fazer bons jogos. Estou felicíssimo por integrar este grupo com tanta qualidade. Poder ainda ajudar, deixa-me muito orgulhoso, até porque deve ser o meu último mundial», admite, em conversa com A BOLA.
«Gostava muito de ainda chegar às 200 internacionalizações»
Em 2023, Fábio Magalhães tornou-se no andebolista mais internacional de sempre por Portugal, ao chegar aos 175 jogos pela Seleção. Desde então, não escondeu o objetivo de chegar aos 200, algo que até podia acontecer neste Mundial, caso não tivesse falhado o Europeu no início do ano e o torneio pré-olímpico, em março. Ainda assim, o sonho mantém-se. «As lesões complicaram as contas, mas nunca escondi que gostava muito de fazer as 200. Só não é obsessão. Se tiver de acontecer, acontecerá. Mas agora não estou focado nisso até porque vai ser impossível chegar lá neste Mundial», sublinha.
Há precisamente um ano, Fábio Magalhães vivia uma sensação muito distinta, devido a que uma lesão o fez falhar o Europeu, depois de ter feito o pleno de grandes competições desde o regresso de Portugal, em 2020. Agora, ao olhar para os primeiros três dias de estágio em Rio Maior, realça algo que considera muito importante uma competição de cerca de três semanas.
«Senti todos animados e confiantes. Houve muita alegria nos treinos e isso é fundamental, porque vamos passar quase um mês juntos e é importante manter o foco», defende.
Melhor classificação de sempre na mira!
Após terem interrompido, em 2020, uma ausência de 14 anos de grandes competições, os Heróis do Mar têm vindo a cimentar um crescimento alicerçado em resultados. O melhor de sempre, atrás do melhor de sempre. E só no último Mundial, em 2023, isso não aconteceu. Na Suécia, Portugal não foi além do 13.º lugar, mantendo-se por isso como melhor classificação o 10.º alcançado dois anos antes, no Egipto.
Agora, com outro estatuto, Portugal chega com ambição, ainda que… controlada, assume o jogador.
«Ainda não falámos abertamente sobre uma meta. Claro que temos as nossas ambições. Temos uma equipa com muito mais experiência e isso é muito importante nestas competições. Mas é um desafio enorme porque todas as seleções têm aspirações. Temos de nos focar e se queremos um bom resultado, temos de trabalhar muito bem. Mas temos essa confiança», nota, num discurso à defensiva.
Perante a insistência, contudo, o experiente jogador lá atirou aquilo que tem de ser a meta mínima para esta Seleção. «Temos de pensar na melhor classificação de sempre. A cada competição, temos vindo a ganhar mais prestígio e respeito de todos. Além dos nossos resultados, também fruto do que o FC Porto fez na Champions nos últimos anos, e agora do Sporting que está a ter uma prestação incrível», rematou.