14 agosto 2024, 09:05
Neemias: «Ainda jogo peladinhas com os amigos»
Poste dos campeões quer dar oportunidades que nunca teve, contou como foi conhecer Abel Ferreira, marcar penáltis ao Palmeiras e reunir com os Celtics
Poste dos Celtics é o anfitrião de um campo, em Carcavelos, para jovens basquetebolistas e quer ajudar a modalidade a crescer em Portugal. Conta que é dificil passar despercebido em Portugal por causa dos seus 2.13m, recorda a parada dos campeões pelas ruas de Boston e terá a família ao seu lado quando for receber o anel do título.
«Em Portugal é muito difícil não reconhecerem um jovem de 2,13m. É complicado passar despercebido, mas tenho sido recebido muito bem, de braços abertos, e só tenho de agradecer», afirmou Neemias Queta ao ser questionado se tem sido reconhecido quando anda na rua, entre o vai e vem de viagens que tem vivido entre continentes desde que, há dois meses, se tornou campeão da NBA pelos Boston Celtics.
Poder ter sido campeão tão cedo, quero guardar esse momento para o resto da vida.
Momento que acredita que guardará para sempre. «Ser campeão tão jovem na careira é muito bom, que não levo de ânimo leve. Há bastantes jogadores na NBA que atuaram muitos anos sem conseguir ganhar [o título], e eu poder ter sido campeão tão cedo, quero guardar esse momento para o resto da vida», acrescentou o poste português que, quando festejou o 18.º título dos Celtics, no TD Garden, ao derrotar os Mavericks nos Finals por 4-1, tinha ainda 24 anos e cumpria a terceira temporada na Liga e primeira em Boston.
No entanto, se há local onde ninguém tem duvidas quem Neemias é, isso é no Pavilhão da Quinta dos Lombos, em Carcavelos. Recinto onde esta terça-feira começou o primeiro Neemias Queta Training Camp, organizada pelo Hoopers Club e apoio da Adidas.
Campo de verão destinado a 40 jovens, dos 13 aos 17 anos, que desejam aperfeiçoar a técnica na modalidade que praticam diariamente e contaram com a orientação do treinador Carlos Barroca, que nos últimos dez anos foi vice-presidente para as operações da NBA Ásia e responsável por programas de desenvolvimento da liga americana em vários pontos daquele continente, assim como do antigo internacional Carlos Andrade, Gilda Correia, Bernardo Pires e Isabel Lemos.
Houve um tempo que também fui criança e queria participar em campos destes, mas não era possível porque não existiam estas iniciativas.
«Para mim é excelente ter o meu primeiro training camp em Portugal com um grupo de pessoas que estiveram ao meu lado desde início. Vai ser uma boa experiência para este grupo de miúdos. Houve um tempo que também fui criança e queria participar em campos destes, mas não era possível porque não existiam estas iniciativas. Queria trazer algo novo, que seja uma experiência boa para os jovens que cá estão», justificou o jogador que, no passado mês, renovou com a formação de Boston até 2026/27.
14 agosto 2024, 09:05
Poste dos campeões quer dar oportunidades que nunca teve, contou como foi conhecer Abel Ferreira, marcar penáltis ao Palmeiras e reunir com os Celtics
«A maior parte dos meus colegas que fazem estes campos no verão sempre disseram o quão gratificante é poder retribuir à comunidade ou ajudar crianças a perceberem o que querem fazer na vida ou quando já estão a viver o seu sonho. Também sempre quis fazê-lo», confessa Queta adiantando estar interessado em elevar o potencial e abrangência do basquetebol nacional.
«Pode-se sempre olhar com olhos de missão, não é? É uma modalidade de certa forma ainda modesta em Portugal, mas é para isso que cá estamos. Ter outra visão e saber que existe muito para crescer. Há mais condições e temos vindo a crescer gradualmente. Dá vontade de trabalhar», garante.
Lá o que conta mais é a maneira como tens a tua, por exemplo, linguagem corporal, como recuperas defensivamente, transições defensivas e ofensivas… É diferente
«Acredito que possa dar uma visibilidade diferente por estar a jogar na melhor liga do mundo. Trazer um bocado do contexto de lá para cá e fazer com que as pessoas percebam que é sempre possível. Mais iniciativas deste género fazem falta. Trazer um bocado do que se aprende lá fora, dos conceitos táticos e técnicos. e acho que é mais isso do que qualquer outra coisa», afirmou.
14 agosto 2024, 10:33
De regresso a Portugal depois de uma década a trabalhar para a NBA a desenvolver o basquetebol em múltiplos países asiáticos, Carlos Barroca é o responsável técnico do primeiro campo de treinos de Neemias Queta e deseja que o charme do campeão português dos Boston Celtics possa chegar a mais rapidamente.
Referiu em trazer outros conceitos técnicos e táticos, Teve oportunidade de também jogar no basquete universitário americano e, de certeza, que jogou na rua. É muito diferente a maneira de estar dentro de um campo nos Estados Unidos e em Portugal? A filosofia que existe no court? «Pode-se dizer que sim. Lá o que conta mais é a maneira como tens a tua, por exemplo, linguagem corporal, como recuperas defensivamente, transições defensivas e ofensivas… É diferente daquilo que se treina cá», analisa.
Em Portugal é mais relaxado? «Não, não diria que é mais relaxado. É o que estamos habituados a fazer. Quando lá cheguei tive de me adaptar. E um dos aspetos mais importantes para mim foi mesmo a body language», revela o primeiro luso escolhido no dratf e a jogar na NBA.
Só vou mesmo ter noção quando meter o anel no dedo
Passados dois meses, contou que já lhe «caiu a ficha» de ter sido campeão, «mas só vou mesmo ter noção quando meter o anel no dedo». Cerimónia que acontecerá no final de outubro, no primeiro jogo da 79.ª temporada.
Porém, de algumas coisas Neemias tem já certeza. «Acima de tudo queremos voltar ao mesmo nível. A partir do momento em que ganhámos o campeonato, somos a equipa a abater. Desejo regressar com ambição, mais forte e sabendo que posso alargar o meu papel na equipa e que tenho mais hipóteses para fazer parte da rotação e ganhar outro campeonato».
Foram momentos incríveis. Se calhar a melhor celebração da minha vida. Tudo correu bem naquele dia,
O que Neemias também não esquece é mesmo a parada dos campeões pelas ruas de Boston. Assim como chegar ao pavilhão para a festa. «Foram momentos incríveis. Se calhar a melhor celebração da minha vida. Tudo correu bem naquele dia, menos estacionar para entrar no pavilhão, mas isso é outra história…. Estava muito sol, um ambiente emocionante o pessoal entusiasmado. Vai ficar na memória para sempre. A quantidade de pessoas na rua, desde manhã cedo, só para celebrar o que foi alcançado pela equipa… foi marcante», reforça.
Quando foi campeão a sua família não pôde estar consigo, há agora o desejo de no jogo da entrega dos anéis e de erguer o estandarte do título estarem nesse momento? «Sim, vão lá estar, sem dúvida», rematou.