De regresso a Portugal depois de uma década a trabalhar para a NBA a desenvolver o basquetebol em múltiplos países asiáticos, Carlos Barroca é o responsável técnico do primeiro campo de treinos de Neemias Queta e deseja que o charme do campeão português dos Boston Celtics possa chegar a mais rapidamente.
Responsável pela orientação técnica do primeiro Neemias Queta Training Camp que decorre, até sexta-feira, no Pavilhão da Quinta dos Lombos, em Carcavelos, em parceria com a Hoopers, e que conta com 40 jovens basquetebolistas, dos 13 aos 17 anos, que quiseram aperfeiçoar a técnica na modalidade que praticam diariamente, está o treinador Carlos Barroca.
Depois de nos últimos dez anos ter sido responsável e ajudado a desenvolver o basquetebol em vários países do oriente onde a modalidade não está entre as principais escolhas dos mais novos, projeto da NBA de que foi vice-presidente para as operações no escritório da liga americana na Ásia, Barroca está de volta a Portugal.
Já descobriu algum Neemias aqui neste grupo? «Estão aí uns miúdos giros. Diria até que estão cá cinco ou seis rapazes que são muito interessantes e que, certamente, por irem estar nestes dias com o Neemias irão estar motivados a trabalhar», refere.
Poste dos Celtics é o anfitrião de um campo, em Carcavelos, para jovens basquetebolistas e quer ajudar a modalidade a crescer em Portugal. Conta que é dificil passar despercebido em Portugal por causa dos seus 2.13m, recorda a parada dos campeões pelas ruas de Boston e terá a família ao seu lado quando for receber o anel do título.
«Há ainda uma miúda igualmente muito gira. É a 88... Não sei se já reparou mas têm todos o 88… que é especial», brinca por as camisolas que todos vestem terem o número de Neemias na NBA e apontado para o grupo de jovens que vão mantendo espalhados pelo campo, alguns a jogar, apesar da paragem para o almoço do grupo que acontece no pavilhão, num restaurante com uma parede em vidro com vista para o court.
«Esta é uma forma de continuar a mensagem da excelência do Neemias Queta pois irão levar para casa o equipamento, que é reversível [preto de um lado, branco do outro] e tem dos dois lados o 88, o número dele, e que hoje em dia já vende as camisolas do Neemias por esse mundo fora».
«Mas, mais importante do que se haverá aqui ou não algum potencial Neemias Queta é o lançar estas bases de estimulação. Se foi possível para o Neemias é também possível para eles».
«Agora, têm de estar dispostos a pagar o preço, que é trabalhar muito e bem e fazer bastantes sacrifícios para chegarem onde ele já chegou», refere Barroca que tem a ajudá-lo nas operações técnicas, além de Neemias, o antigo internacional Carlos Andrade, juntamente com Gilda Correia, Bernardo Pires e Isabel Lemos.
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Fiz a mesma pergunta ao Neemias: custa haver apenas oito raparigas quando eram suposto estarem 20? Até porque o Neemias tem uma irmã que joga basquetebol e só não está cá porque foi operada? «A mim custa-me até pessoalmente porque gostavam que cá estivessem essas 20 raparigas, mas, são contingências que estão relacionadas com o facto de ter de existir uma inscrição e do anúncio que iria haver o campo ter sido muito em cima da data e das pessoas terem as vidas e férias já programadas».
«Tenho a certeza de que com a divulgação mais atempada não há nenhum miúdo ou miúda deste país que não queira estar a treinar com o Neemias Queta», afirma.
«Sim, é verdade que tiveram de ser recusados muitos pedidos de inscrição [rapazes] porque este primeiro campo era só para 40 jovens, mas já lancei um desafio porque estou habituado a números maiores no meu trabalho pelo mundo fora. Por isso disse-lhe: ‘Neemias, este ano foram 40, para o próximo quero 400'. E ele olhou para mim e respondeu: ‘Vamos a isso!».
«Esperemos então para ver se é isso que vai acontecer. Anseio que seja esse o caminho, que é utilizar o talento dele e o charme que representa em relação à figura impar que é, para se poder tocar mais gente e chegar a mais miúdos.»