Mundial: Lobos prometem competir do primeiro ao último minuto
Vitória frente à Austrália está «muito ao fundo». Sorte pode ajudar Portugal que irá surgir na partida com quatro novos avançados.
O mau momento da seleção australiana – duas derrotas no Mundial e em risco de falhar, pela primeira vez em 10 edições, os quartos de final – foi desvalorizado por Lagisquet na conferência de apresentação dos 23 lobos que vão defrontar a Austrália, no estádio Geoffroy-Guichard, Saint-Étienne, domingo (16.45h), no primeiro duelo internacional entre as duas nações.
«Tenho a certeza de que nunca fariam essa pergunta antes do início da competição. (Australianos) Foram duas vezes campeões do mundo, qualificaram-se sempre para os quartos, têm grandes jogadores e um ótimo treinador», relembrou o selecionador ao ser questionado se Portugal poderia vencer a partida da 4.º jornada do Grupo C diante os wallabies.
«É fantástico perguntarem se pensamos que podemos ganhar, falar-se disso, mas não podemos esquecer que somos 16.º do ranking e enfrentamos uma equipa habituada muitos anos a jogar a este nível», chamou a atenção.
A receita é clara. «Focar no que podemos fazer, não penso no ‘podemos ganhar’, que é apenas a melhor forma de ganhar excesso de confiança e de cometer erros», alertou.
«Temos de ser competitivos como aconteceu com o País de Gales e depois logo se vê o que acontece. Se tivermos muita sorte, talvez tenhamos uma hipótese muito pequena», deixou no ar. «Não esquecer que venceram a Geórgia por 20 pontos. Estou orgulhoso do que fizemos até aqui, mas temos pela frente uma das melhores equipas do mundo, que não está no seu melhor momento», resumiu o selecionador nacional.
Fora de qualquer suspeita está a nomeação do árbitro georgiano, Nika Amashukeli. Faz elogios e afasta eventuais conflitos pelo facto de apitar Portugal, concorrente direto com a seleção do Cáucaso. «Não tenho dúvida do que poderá fazer, não penso nessas coisas antes dos jogos, tenho muito respeito pelos árbitros a este nível», confessou.
Tomás Appleton, capitão, pega nas palavras de Lagisquet e prossegue o comparativo entre as duas seleções que se enfrentam pela primeira vez, sendo Portugal a 20.ª equipa que a Austrália enfrenta e os wallabies, a sétima nação de duelo marcado com os lobos.
«É um balanço entre o que é ser ambicioso, e somos e ter os pés na terra. Como o Patrice disse, temos de saber em que posição estamos e somos realistas, 16.º e a Austrália [10.ª] foi duas vezes campeã mundial e isso faz diferença», reconhece.
«Acreditamos na vitória, mas ela está muito, muito lá ao fundo. Vamos trazer o nosso melhor jogo, mas as coisas terão de correr mal para a Austrália para os astros se alinharem desta maneira e termos uma vitória», admitiu para rapidamente mudar o flanco à conversa. «Não faz sentido entrar em campo se não pensarmos em ganhar e que a vitória está lá», acrescentou.
Por fim, Thibault Freitas, em estreia a titular, não deixou escapar a oportunidade de estar perante os jornalistas para falar da honra em vestir a camisola dos lobos. «É uma honra estar neste grupo, ter a oportunidade desde o primeiro jogo, muitos sonharam estar no meu lugar, mesmo que não tenha começado, vamos fazer o melhor, ser o mais competitivo possível e já será bom», finalizou.