Lusitanas têm mão cheia de objetivos no Europeu
Seleção feminina de andebol preparou-se para o Europeu em estágio de oito dias em Rio Maior (FPA)

Lusitanas têm mão cheia de objetivos no Europeu

Seleção feminina cumpre a segunda participação no Campeonato da Europa, 16 anos após a estreia

A seleção portuguesa feminina já está em Basileia, na Suíça, onde disputará os três jogos da Ronda Preliminar do Campeonato da Europa de 2024, o primeiro marcado para esta quinta-feira, frente a Espanha.

Em segunda presença em fases finais do Europeu, 16 anos após a participação no torneio continental que decorreu na Macedónia do Norte, Portugal enfrentará ainda, no Grupo C, a Polónia (sábado) e a campeã mundial França (dia 2). Depois de três derrotas na estreia, contra Ucrânia (24-38), Espanha (24-29) e Noruega (19-34), classificando-se na 16.ª posição final, a turma das quinas ambiciona a primeira vitória na competição, que está entre vários objetivos assumidos pelo selecionador José António Silva.

Selecionador nacional de andebol feminino José António Silva

«Apesar do favoritismo pender para o lado das nossas adversárias, acreditamos que em função do que temos vindo a fazer temos condições para desenvolver um andebol de qualidade e tentar lutar por vitórias. Analisámos detalhadamente as equipas adversárias e estamos confiantes no processo de jogo, faltando apenas perceber como vamos reagir a todo o contexto em que a competição é disputada. Sabemos da nossa responsabilidade e esperamos contar com o apoio de todos», afirma o técnico nacional, que selecionou 17 jogadoras para o Europeu, após prescindir de Rita Campos, Débora Moreno e Joana Semedo da lista inicial de 20.

José António Silva considera que as Lusitanas (nova denominação da Seleção Nacional A feminina) se prepararam devidamente para enfrentar a exigência do desafio e explica como o fizeram: «Durante o estágio cumprimos todos os objetivos a que nos propusemos e creio que posso afirmar que, neste momento, estamos a postos para entrar em competição. Trabalhámos muito bem do ponto de vista físico e, paralelamente, analisámos os nossos adversários, tendo definido desde já a estratégia que pretendemos utilizar nos jogos».

Correu tudo como foi planeado, assegura o selecionador nacional. «Ao longo destes dias não tivemos nenhum problema físico de maior, tendo ocorrido apenas pequenos toques e algum cansaço acumulado, mas até à competição conseguiremos recuperar totalmente», frisou o selecionador, que, a concluir o seu discurso, reforçou o comprometimento de todos os elementos da equipa nacional. «É de realçar o enorme compromisso e empenho de todas as atletas, bem como de toda a equipa técnica, fatores que contribuíram para que esta fase da preparação decorresse da melhor forma».

O selecionador destaca, por si só, a participação de Portugal nesta prova, pela raridade e a importância que julga que terá no desenvolvimento do andebol feminino português. «É apenas a segunda vez que a nossa Seleção Nacional está presente numa fase final de um Europeu. O facto de termos conseguido o apuramento é, por si só, algo de valorizar e confirma a evolução que temos vindo a experimentar. Em segundo lugar, pretendemos fazer desta participação mais um passo na progressão e consolidação do estatuto da equipa a nível internacional. Esta etapa do processo é algo que se pode vir a revelar-se muito importante para a evolução do andebol feminino em Portugal e tentamos criar condições para que estas presenças passem a ser frequentes», conclui José António Silva.

Capitã Bebiana Sabino lidera equipa sem estreantes

A capitã Bebiana Sabino, com 145 internacionalizações, é a mais experiente das 17 jogadoras convocadas pelo selecionador José António Silva para o Campeonato da Europa e a única acima da centena de jogos pela seleção principal, seguida por Isabel Góis (89) e Mariana Lopes (70). Sem estreantes, Mariana Costa, com nove jogos, é a menos experimente nestas andanças internacionais, numa lista com seis atletas do Benfica e duas do Madeira SAD. Colégio de Gaia e São Pedro do Sul colocam uma atleta cada, com sete internacionais a jogar em clubes estrangeiros.

Refira-se que Portugal apurou-se para o Campeonato da Europa 2024 após o inédito alargamento da competição a 24 equipas, como terceiro melhor classificado entre os vários grupos da fase de qualificação.

«Inexperiência é desvantagem»

O desafio inaugural de Portugal no Europeu será esta quinta-feira (17h00, Portugal Continental), na Arena St. Jakobshalle, em Basileia, na Suíça, frente a Espanha, seleção que tem como melhores resultados dois segundos lugares, em 2008 e 2014, após finais perdidas contra a Noruega.

O jogo seguinte da Seleção Nacional será no sábado (14h30), diante do adversário teoricamente mais acessível do grupo, a Polónia, que tem como objetivo alcançar uma das duas primeiras posições de qualificação para a Main Round, que vai decorrer nas cidades de Debrecen, na Hungria, e de Viena, na Áustria.

Perspetiva-se que o embate de grau de dificuldade mais elevado seja o da terceira jornada da poule, com a França, campeã europeia em 2018 e campeã do mundo em título. As francesas são favoritas a erguer o troféu, juntamente com Noruega e Dinamarca.

O selecionador José António Silva reconhece o favoritismo das seleções adversárias, destacando-lhes a superior experiência das jogadores comparativamente às portuguesas: «Relativamente à disputa do grupo, sabemos das dificuldades que vamos encontrar, que decorrem não só do facto de todos nós sermos estreantes nesta competição mas também da valia das nossas oponentes. De facto, as restantes equipas que integram o grupo são constituídas por jogadoras muito experientes e que participam assiduamente em competições europeias, quer de clubes, quer de seleções ao mais alto nível, e, por isso, entram em vantagem relativamente à nossa».