«José Manuel Araújo seria um bom presidente do COP»
Pedro Flávio conversou com A BOLA em Madrid, onde foi realizada a apresentação da Liga Ibérica de hóquei no gelo Fotografia RFEDH/Oriol Rubio

«José Manuel Araújo seria um bom presidente do COP»

MODALIDADES17.09.202409:58

Pedro Flávio, líder da Federação de Desportos de Inverno, é o primeiro presidente a falar, publicamente, de quem gostaria ver eleito para o Comité Olímpico em 2025 e explica porque deseja o atual secretário-geral

Se a larga maioria dos presidentes das 33 federações portuguesas de modalidades olímpicas não se têm pronunciado, publicamente, sobre quem gostariam de ver à frente do Comité Olímpico de Portugal para o ciclo Los Angeles-2028, ainda que tenham vindo a realizar-se alguns encontros a favor deste ou daquele ou para tentar alinhar estratégias, Pedro Flávio, presidente da Federação de Desportos de Inverno de Portugal, já tem o seu eleito.

Tendo apenas de se submeter, ou não, ao escrutínio dos delegados federativos em assembleia geral da FPDI daqui a dois anos, rege-se pela olimpíada dos Jogos de Inverno e os próximos serão Milão-2026, A BOLA ouviu a opinião de Flávio à margem da apresentação da Liga Ibérica de hóquei no gelo, realizada em Madrid.

«Do ponto de vista da federação de desportos de inverno, seria a pessoa ideal. Conhece bem o comité olímpico, vem de dentro.»

«Tenho assistido às primeiras notícias que têm aparecido e na minha visão e da federação, ainda que não existam candidatos apresentados, veria com bons olhos a possibilidade do atual secretário Geral do COP, José Manuel Araújo, ser um excelente presidente do comité olímpico», declara, sem rodeios.

«Não sei se vai acontecer, nem sequer sei se irá ou não candidatar-se, mas, do ponto de vista da federação de desportos de inverno, seria a pessoa ideal. Conhece bem o comité olímpico, vem de dentro, foi secretário geral de José Manuel Constantino e tem conhecimento das modalidades, mesmo as de inverno», garante.

«Estou ligado à federação desde 2010, participámos em três Jogos Olímpicos e também da juventude europeia e o apoio do COP tem sido excelente. José Manuel Araújo é uma pessoa que tem a visão de que estas modalidades são igualmente importantes e acompanhou o nosso crescimento», justifica Pedro Flávio.

Um dos nomes que, recentemente, começou a surgir nos bastidores e tem levado a reuniões com o próprio daqueles que gostariam que assumisse o desafio é o do presidente da federação de futebol Fernando Gomes, o qual não se poderá recandidatar por ter atingido o limite de três mandatos.

«Gostaria mais de ver ligado ao Comité Olímpico alguém que não fosse de uma modalidade tão especifica como o futebol. Não tenho nada contra Fernando Gomes, pelo contrário, mas preferiria uma pessoa vinda das modalidades ditas amadoras.»

O que pensa dessa possibilidade? «Gostaria mais de ver ligado ao Comité Olímpico alguém que não fosse de uma modalidade tão especifica como o futebol. Não tenho nada contra Fernando Gomes, pelo contrário, mas preferiria uma pessoa vinda das modalidades ditas amadoras, que conheça a realidade e dificuldades destas, e nos ajude a crescer e a ter melhores resultados nos Jogos Olímpicos. Acho que os bons resultados têm vindo a aumentar, o trabalho do comité olímpico atual é bom indicador nesse aspeto e José Araújo vem de dentro e conhece esta realidade», reforça.

«Esta possibilidade agrada-me e acredito que também agrade a muitas federações que têm as mesmas preocupações e necessitam de alguém deste sistema e com conhecimento profundo do COP, assim como dos conceitos e fundamentos do olimpismo.»

Sem querer que refira nomes ou federações, há muita gente que pensa assim? «Creio que sim. É lógico que agora haja muitas movimentações e o que se tem escrito são também especulações…». Mas as reuniões têm acontecido, não são especulações… «[risos] Só estou a dar a minha opinião, mas, como presidente da FDIP, esta possibilidade agrada-me e acredito que também agrade a muitas federações que têm as mesmas preocupações e necessitam de alguém deste sistema e com conhecimento profundo do COP, assim como dos conceitos e fundamentos do olimpismo», responde.

Tem noção que em muitas federações ninguém sabe quem estará à frente delas daqui a uns meses pois ainda haverá eleições e em muitas existem múltiplos candidatos? «É verdade, e eu também não sei. Mas, como referi, é apenas a minha opinião de conhecimento destes 14 anos na FDIP e do trabalho do COP teve no acompanhamento da missões nos desportos de inverno, especificamente José Manuel Araújo, que foi quem seguiu este trabalho no terreno e poderia ajudar a dar a continuidade que pretendemos», concluiu.

Fernando Gomes desejado para o COP

9 setembro 2024, 07:15

Fernando Gomes desejado para o COP

Presidente da federação de futebol, que não se pode recandidatar, já foi abordado sobre o assunto e não afastou a hipótese apresentada, estando previsto para os próximos dias um encontro para lhe mostrar apoio alargado, algum vindo de várias federações olímpicas. Antigo secretário de Estado do desporto Laurentino Dias também tem movimento à procura de possíveis apoios a uma candidatura

Recorde-se que José Manuel Araújo é um nome referido dentro do COP bem antes dos Jogos de Paris-2024 e o próprio nunca recusou essa possibilidade. As eleições para presidente do comité olímpico deverão acontecer no primeiro trimestre de 2025 mas, até lá, haverá eleições em quase todas as 33 federações olímpicas, com direito a quatro votos cada no COP, assim como em algumas das 34 não olímpicas e organizações, com um voto cada.

Assembleia Plenária confirma Artur Lopes como presidente do COP

5 setembro 2024, 20:38

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Vice-presidente, já proposto pela comissão executiva, a 16 de agosto, para suceder ao falecido José Manuel Constantino até às eleições que irão decorrer no primeiro trimestre de 2025, foi escolhido por unanimidade com 126 votos.

Além de Araújo e Fernando Gomes, outros nomes que têm sido referidos como potenciais candidatos são os dos antigos secretário de Estado do desporto Laurentino Dias e Alexandre Mestre. Mas há presidentes de federações e associações ainda no ativo, ou não, que nos dois últimos anos mostraram igualmente algum desejo de se candidatar, só que estão a ver qual será o panorama de apoios com que possam contar para avançarem.

Até lá o COP será liderado pelo recém eleito e ex-vice-presidente Artur Lopes, o homem escolhido por unanimidade para suceder ao falecido José Manuel Constantino neste período de transição, mas que já afirmou que não pretende recandidatar-se.